Atualmente, estou desempregada.
— Não, vim com um amigo.
— Aquele que você estava dançando?
Meu coração dá um salto no peito. Ele estava me observando antes. O calor da adrenalina percorre meu corpo.
— Não. Eu o conheci aqui. Nem sei o nome dele. — Desvio os olhos, forçando desinteresse.
Rafael me analisa, como se tentasse decifrar cada palavra minha.
— Qual é a sua história? — Ele pergunta, inclinando a cabeça para o lado, intrigado.
Eu hesito, mas logo sorrio, aproveitando a deixa para começar a construir a narrativa que preciso que ele acredite.
— Por que quer saber?
Ele dá um sorriso, um misto de diversão e mistério.
— Como eu já disse, você não combina com esse ambiente. É como colocar um quadro da natureza em uma parede cheia de abstratos.
Sinto o rubor subir ao meu rosto. Com um suspiro, decido usar a verdade para criar empatia. É mais fácil sustentar um disfarce quando ele se apoia em algo real.
— Não gosto muito desse tipo de lugar — admito. — Só vim porque um amigo de infância insistiu. Ele acabou me deixa