Esperança viu o copo de café na mão dele. Todos da equipe tinham um, junto com um pedaço de bolo.
A assistente percebeu o olhar dela e logo explicou em voz baixa:
— Foi o namorado da Marília que ofereceu para a gente.
Ela sabia que Esperança e Marília estavam brigadas. Tudo que vinha da Marília, Esperança nunca aceitava. Como assistente dela, sabia que deveria ficar do mesmo lado.
Mas aquele café com bolo custava algumas dezenas de reais... Ela ganhava quatro mil por mês e nunca se permitiria comprar esse tipo de luxo.
Agora era de graça, e não era todo dia que surgia uma oportunidade assim.
— Eu vou jogar fora agora.
Já tinha tomado mais da metade, mas, ainda assim, sentia o coração doer. No entanto, queria manter o emprego.
— Vai buscar um para mim.
A assistente pareceu não ouvir bem:
— Hã...?
— Eu disse para pegar um para mim. Ou será que eu não tenho direito a um?
— Tem, tem sim! Tem sobrando ali! Eu vou buscar agora! — Respondeu, saindo apressada.
O rosto de Esperança suavizou um