Marília parecia ter ouvido algo inacreditável e riu de raiva:
— Leandro, como você tem a cara de pau de dizer uma coisa dessas? O que significa isso de que divórcio e reconciliação são normais? Somos iguais aos outros? Quando me casei com você, quem saiu machucada fui eu, quem foi traída fui eu, quem engravidou fui eu, quem perdeu o bebê fui eu, quem foi ridicularizada também fui eu... — À medida que falava, sua voz tremia cada vez mais, ficando embargada. — Como você consegue fingir que nada aconteceu e ainda tem coragem de me propor uma reconciliação? No seu coração, eu sou o quê? Uma mulher sem valor?
Leandro ouviu essas acusações sem conseguir dizer uma única palavra em sua defesa. Ele sabia que, de fato, havia cometido muitos erros no passado, que tinha magoado Marília, que a decepcionara. Queria compensá-la, queria tratá-la bem dali em diante.
Mas, antes mesmo que pudesse dizer qualquer coisa, a voz dela soou ainda mais fria:
— Por que você acha que eu vou te perdoar? Aceitei dor