Na manhã seguinte, Marília ouviu o som da porta se abrindo e fechando lá fora. Permaneceu deitada por um tempo antes de finalmente se levantar da cama, arrastando o corpo dolorido até o banheiro.
Ligou o chuveiro, e a água morna começou a cair sobre sua cabeça.
Ao se olhar no espelho, lembrou-se da noite anterior, da forma como estivera indefesa e entregue sob o corpo dele...
Marília fechou os olhos, tomada por um sentimento de repulsa. Tomou banho rapidamente e, ao sair, enrolou-se no roupão. Abriu as cortinas e as janelas para deixar o ar circular e dissipar o cheiro que ainda pairava no quarto.
Sobre o criado-mudo, ainda havia algumas camisinhas usadas. No cesto de lixo, tudo estava limpo.
Ele havia arrumado tudo.
Isso aliviou um pouco o desconforto que ela sentia, mas, ao ver as marcas secas nos lençóis, não conseguiu se enganar. Trocar lençóis e cobertores foi a única forma de seguir em frente antes de preparar algo para comer.
Na mesa da sala havia um pote térmico.
Ele deixara o