Ao ver Marília, o homem de meia-idade tirou o charuto da boca e arqueou as sobrancelhas:
— Você é a Mimi dela? Parece tão jovem... e muito bonita. Já tem namorado?
Seu olhar malicioso percorreu o corpo dela, sem disfarçar as intenções.
Marília conteve o desconforto e perguntou:
— Posso saber como foi que ela contraiu essa dívida de quinhentos mil com vocês?
— Num lugar como o nosso, o que mais poderia ser? Jogos, é claro.
O homem respondeu com indiferença, como se aquilo fosse algo corriqueiro.
Marília já desconfiava. Olhou para Calypsa, que a fitava com os olhos vermelhos, tomada pela culpa. Ao lado, o namorado da jovem não conseguia encarar ninguém, envergonhado, com a cabeça baixa.
A irritação crescia no coração de Marília, mas aquele claramente não era o momento de dar uma lição em ninguém. Então, ela falou:
— Eu vou pagar os quinhentos mil por eles!
— Quinhentos mil era o valor inicial. Agora já passou disso.
Marília franziu o cenho:
— Como assim?
— Quero dizer que você tem que me