Marília mexeu os lábios, prestes a falar, quando ouviu o celular tocar dentro da bolsa. Ela o pegou para ver quem era. Era uma ligação de Saulo. Atendeu.
Do outro lado, a voz de Saulo veio primeiro:
— Aconteceu alguma coisa?
Marília estava prestes a responder, mas Cipriano pegou o celular da mão dela e encerrou a chamada.
Ela o encarou.
Ele lhe devolveu o aparelho.
Marília o guardou de volta na bolsa.
Naquele momento, o trânsito estava travado à frente e atrás. Sentados dentro do carro, nenhum dos dois disse mais nada.
Cipriano pensou em acender um cigarro, mas se lembrou de que Mimi não gostava disso, então se conteve.
Quando o semáforo à frente mudou, o tráfego começou a se mover devagar. Mas, antes de conseguirem atravessar o cruzamento, Cipriano teve que parar novamente.
O silêncio dentro do carro era sufocante. Marília abriu a janela; a brisa da noite entrou, trazendo um pouco de clareza à mente.
De repente, ele quebrou o silêncio:
— Desculpa.
Ao ouvir o pedido de desculpas, Maríl