Marília comprou uma garrafinha de água mineral no supermercado em frente ao condomínio. Enxaguou a boca várias vezes, mas ainda sentia um certo enjoo.
Ela não estava se sentindo bem. Sentou-se em um banco na calçada, tentando se acalmar.
Nesse momento, o celular tocou. Ao ver que era Cipriano, ela imediatamente ajustou o tom de voz, atendeu e aproximou o telefone do ouvido, perguntando suavemente:
— Você resolveu o que aconteceu ontem?
Do outro lado, ele respondeu com doçura:
— Não foi nada sério, não se preocupe.
Marília respondeu baixinho:
— Que bom.
— Está com a garganta ruim?
Marília ficou surpresa; não esperava que Cipriano percebesse. Pensando no que Leandro havia feito com ela momentos antes, seus lábios ainda pareciam carregar os traços da invasão. Sentiu-se culpada. Mexeu levemente os lábios e disse em voz baixa:
— Não, está tudo bem comigo.
— Tem tempo hoje à noite? Minha mãe quer conhecer você. Que tal um jantar?
Marília ficou tensa na hora.
— Hoje?
— Sim. Mas se não puder,