Marília apertou o cinto de segurança e disse:
— Está bem machucado.
— Há risco de vida? — Zélia olhou para ela de lado.
Marília balançou a cabeça:
— Não vai morrer, mas não sei se ficará com alguma sequela.
Enquanto dava ré, Zélia comentou:
— Essa frase faz sentido, um erro pode perdurar por toda a vida. E coitados do seu tio e da sua tia, eles são tão boas pessoas… Como é que pariram um filho tão problemático? Não sei com quem ele se meteu, talvez essa surra nem seja nada, quem sabe o cara tenha mais em mente?
— Ele disse que foi o Leandro.
Zélia pisou forte no freio.
Os pneus fizeram um barulho agudo ao deslizar no asfalto. O impacto repentino fez o corpo de Marília se inclinar para frente devido à inércia, e ela bateu com força nas costas do banco, assustando seu coração e fazendo-o acelerar.
Ela arregalou os olhos e virou a cabeça:
— O que você está fazendo? Isso é perigoso!
— Leandro bateu no Anselmo? — Zélia estava incrédula.
Marília observou a reação de Zélia. Na verdade, ela já