— Eu tenho marido, mas isso quer dizer que eu não posso trabalhar?
Leandro sentia uma fúria crescendo no peito. Ele a encarou por um bom tempo, entendendo perfeitamente por que ela estava zangada com ele.
Ele suavizou o tom e disse:
— Você já jantou? Posso pedir para alguém...
— Já comi.
Assim que a voz de Marília se calou, o celular que estava sobre a mesa de cabeceira começou a tocar.
Ela puxou a mão de volta, e Leandro finalmente a soltou.
Marília olhou para o telefone, o rosto suavizou um pouco e ela atendeu imediatamente:
— Zélia.
— Onde você está agora? — Perguntou a voz do outro lado, com evidente preocupação.
— Estou em casa.
— Você voltou para a família Pereira?
— Não, estou em casa com o Leandro, acabei de chegar.
— Entendi... Hoje você me deu um susto, achei que tinha acontecido algo sério. — Zélia continuou. — Você e o Leandro brigaram de novo?
Marília olhou para o homem parado no quarto.
— Vamos falar amanhã, estou com sono.
— Tá bom, amanhã