Depois que o garçom levou o cardápio, Marília perguntou, testando o terreno:— Você está bravo comigo, não está?— E não deveria estar?Marília assentiu rapidamente.— Deveria, sim. A culpa foi minha. Você tem todo o direito de estar bravo comigo. Eu entendo.Ao ver que ela estava assumindo o erro com sinceridade, Diógenes não conseguiu manter o semblante fechado. Mas logo Marília acrescentou:— Pode ficar bravo comigo, tudo bem... Mas será que dá pra não ficar bravo com o Leandro...?Tum.Diógenes colocou o copo d'água com força sobre a mesa.— Você me chamou aqui só para defendê-lo?— Eu só não queria que, por minha causa, a amizade profissional entre vocês dois fosse prejudicada.Diógenes soltou uma risada fria e respondeu, irritado:— Ele sabia que eu gostava de você e, mesmo assim, casou com você. Você acha que ele se importou com a amizade entre nós dois?— Fui eu quem foi atrás dele. Fiquei amiga de você justamente pra poder me aproximar dele.Na verdade, Diógenes já suspeitava.
Marília nunca imaginou que uma mentira dita da boca para fora seria desmascarada tão rapidamente. Ela ficou paralisada no lugar. A voz do homem continuava saindo do celular: — Venha. Era impossível perceber qualquer emoção naquele tom. Marília esforçara-se tanto para conseguir marcar um encontro com Diógenes e, agora, só podia vê-lo se afastar e sumir de sua vista. Ia ser difícil conseguir outro encontro. Ela suspirou internamente. Do outro lado, a ligação foi encerrada, o sinal no cruzamento mudou, os carros começaram a avançar, mas o Maybach continuava parado ali. Marília guardou o celular na bolsa, abriu um sorriso radiante e correu até o carro com um ar alegre. Miguel desceu com muito respeito e abriu a porta de trás para ela. Assim que entrou, ela virou a cabeça e chamou com um tom doce: — Querido, que coincidência maravilhosa nos encontrarmos aqui! Pelo retrovisor, Miguel viu a esposa de Leandro cheia de afetação e exagero, e ficou intrigado. "Será que esse e
Marília ouviu a resposta dele e seu coração começou a bater ainda mais rápido.— Onde você quer jantar?Marília se virou.Leandro falou com indiferença:— Não foi você quem disse que queria me pagar um jantar?Marília imediatamente olhou para fora do carro.— Vamos estacionar aqui mesmo.O lugar ficava perto da Praça Internacional do Ouro, onde havia muitos restaurantes no shopping, todos com ambientes muito agradáveis.Ultimamente, por causa das curtidas de Cipriano, não apenas os vestidos de gala desenhados por Marília estavam vendendo como nunca, mas também as joias que ela criava haviam se esgotado .rapidamente entre os fãs dele. Ontem, sob sugestão de Zélia, ela abriu um link de pré-venda online, e a loja física também começou a aceitar reservas.Nos negócios, Zélia não ficava com uma grande comissão das peças desenhadas por Marília; a maior parte dos lucros permanecia com a designer.Por isso, Marília agora estava com a carteira cheia.Miguel os deixou no portão número 2 e foi es
Marília estava de bom humor e comia com apetite. Ela provava de tudo e, enquanto comia, ainda servia comida para Leandro. Até o bife ela já havia cortado para ele.Com ela o alimentando, Leandro acabou comendo bastante também. Ela pediu muitos pratos, mas nada foi desperdiçado, já que os dois comeram tudo. Foi uma refeição muito agradável, e Marília sentiu que o dinheiro havia sido bem investido. Quando o garçom veio trazer a conta, Marília pegou o celular para pagar, mas o homem já havia estendido seu cartão preto antes dela.Marília viu o garçom indo com o cartão dele e mordeu os lábios antes de dizer: — Mas combinamos que seria por minha conta.Além disso, ele já havia lhe dado um cartão antes, e os eletrodomésticos grandes que haviam comprado para a casa, Marília estava pagando com o cartão dele. Para as compras do dia a dia, ela usava o dela. Embora fossem casados, às vezes ela ainda se sentia um pouco sem jeito. Afinal, até a casa onde moravam era dele.O homem não se
— É mesmo? Marília assentiu levemente com a cabeça, olhando para fora da janela do carro, sem dizer mais nada. Leandro manteve um olhar profundo nela por um tempo, o desviando apenas quando o sinal de trânsito mudou. ... Depois de voltar ao condomínio, Leandro estacionou o carro no pátio em frente ao prédio residencial. Marília soltou o cinto de segurança e desceu do carro. Leandro também saiu. — Eu posso subir sozinha, você pode cuidar dos seus assuntos. — Eu te acompanho até lá em cima. Diante da insistência do homem, Marília novamente assentiu com a cabeça. Ela deu os primeiros passos para dentro, com Leandro logo atrás. Os dois entraram no elevador sem trocar uma palavra. Quando chegaram ao apartamento, Marília abriu a porta e entrou. Leandro entrou logo em seguida, fechando a porta. Marília ouviu o som da porta se fechando e virou a cabeça, surpresa: — Leandro, você não tinha que... Antes que terminasse a frase, sua cintura foi subitamente segurada com fo
Depois de terminar de arrumar tudo, Leandro fechou a mala, puxou a alça e, ao perceber o silêncio no quarto, achou que ela já estivesse dormindo. Se virou para olhar e viu que ela ainda estava de olhos abertos.Ele estava prestes a sair com a mala, mas parou por um momento, soltou a alça e caminhou até ela. Se sentou e abaixou a cabeça para beijar sua testa.— Espera por mim.Quando o homem ia se levantar, Marília envolveu o pescoço dele com os braços, o puxando de volta:— Mas eu não quero que você vá.Leandro olhou para ela, encantado pelo charme em seu olhar, e sua garganta se moveu visivelmente. Um riso rouco e breve, com um tom de brincadeira, escapou de seus lábios:— Por que está tão grudada assim?Marília sabia muito bem que não devia ser tão caprichosa. Ele estava indo para uma viagem de trabalho, não para ver Helena."Mas... Helena estava nos Estados Unidos. Será que eles realmente não tiveram nenhum contato nesses anos? Se Helena soubesse que Leandro foi aos Estados Unidos,
Ele havia prometido que seria fiel a ela.Marília finalmente se sentia muito melhor. Guardou o vestido de noite de volta no armário e empurrou a gaveta....Aproveitando que Leandro estava em uma viagem de trabalho, Marília chamou os instaladores para irem até sua casa e mandou instalar a máquina de lavar louça, o forno e todos os demais equipamentos. Comprou de uma só vez todos os utensílios que ainda faltavam na cozinha.Na varanda, mandou instalar um varal de teto, colocou uma mesinha com cadeiras e, cop algumas plantas, tudo ficaria perfeito.Marília pensava em dar uma passada no mercado de flores e pássaros para ver o que encontrava. As floriculturas perto de casa eram meio caras, então talvez lá fosse mais barato.De repente, a campainha tocou.Ela ficou surpresa, sem saber quem poderia ser. Será que era a assistente do Leandro?Marília foi diretamente até a porta, mas antes deu uma olhada pelo olho mágico. Era Larissa.Ela abriu a porta rapidamente.— Mãe.Larissa sorriu caloro
Serafina estava surpresa. "Marília casou? Ela tem a mesma idade da Esperança, como pôde se casar tão cedo?" Olhou para a postura e aparência da senhora sentada ao seu lado, que parecia ter se casado com uma boa família. — Sra. Larissa, sua nora é realmente linda, mais bonita do que as estrelas de cinema de hoje em dia. Com certeza essa pessoa tem um gosto refinado, sabe escolher noras com um olhar único. Tenho certeza de que os netos e netas também serão de beleza excepcional! Quando Larissa ouviu falar em netos e netas, seu sorriso se tornou ainda mais amplo. Ela olhou para Marília com carinho e, sorrindo, respondeu: — Meu filho não me ouve. Se tivesse me ouvido, não estaria solteiro até agora. Já tem 28 anos, e só agora se casou. Essa nora aqui, foi ele quem escolheu sozinho. — Ela continuou. — Antes, eu tentei apresentar algumas para ele, mas ele sequer queria dar uma olhada. Quando encontrou a Mimi, foi logo correndo para se casar. — Então, seu filho é realmente sortudo