Depois que o garçom levou o cardápio, Marília perguntou, testando o terreno:
— Você está bravo comigo, não está?
— E não deveria estar?
Marília assentiu rapidamente.
— Deveria, sim. A culpa foi minha. Você tem todo o direito de estar bravo comigo. Eu entendo.
Ao ver que ela estava assumindo o erro com sinceridade, Diógenes não conseguiu manter o semblante fechado. Mas logo Marília acrescentou:
— Pode ficar bravo comigo, tudo bem... Mas será que dá pra não ficar bravo com o Leandro...?
Tum.
Diógenes colocou o copo d'água com força sobre a mesa.
— Você me chamou aqui só para defendê-lo?
— Eu só não queria que, por minha causa, a amizade profissional entre vocês dois fosse prejudicada.
Diógenes soltou uma risada fria e respondeu, irritado:
— Ele sabia que eu gostava de você e, mesmo assim, casou com você. Você acha que ele se importou com a amizade entre nós dois?
— Fui eu quem foi atrás dele. Fiquei amiga de você justamente pra poder me aproximar dele.
Na verdade, Diógenes já suspeitava.