O final de semana passou como um sonho. Isadora e Dominic se permitiram viver o que sentiam, longe das expectativas e das amarras sociais. Mas quando a segunda-feira chegou, a realidade os aguardava.Dominic acordou cedo naquela manhã. Ele sabia que não podia adiar mais. Seu compromisso com outra mulher precisava ser encerrado, de maneira digna e honesta. Por mais que o peso da culpa lhe apertasse o peito, a certeza do que sentia por Isadora lhe dava forças.Do outro lado da cidade, Isadora se arrumava para o trabalho. Cada peça de roupa que vestia parecia uma armadura. Sabia que os próximos dias não seriam fáceis. Suspeitava que, ao romper o noivado, Dominic enfrentaria críticas e julgamentos. E de alguma forma, parte dessas consequências recairiam sobre ela.Ao chegar à empresa, ela o viu de longe, atravessando o saguão principal com passos firmes. Ele parecia determinado, seguro — o Dominic que ela admirava.Durante toda a manhã, Isadora se dedicou a uma apresentação importante, te
A manhã chegou silenciosa, com a luz suave filtrando-se pelas cortinas do chalé. Isadora abriu os olhos devagar, sentindo o calor do corpo de Dominic junto ao seu. Ele a segurava como se tivesse medo de deixá-la escapar, mesmo dormindo.Por um momento, ela apenas ficou ali, observando-o. Era raro vê-lo tão vulnerável, tão livre das máscaras que o mundo exigia. Um sorriso suave tocou seus lábios. Tudo o que enfrentaram — o medo, os julgamentos, as dúvidas — parecia insignificante diante daquele instante de paz.Dominic abriu os olhos e sorriu ao vê-la.— Bom dia, minha mulher teimosa — murmurou com a voz rouca de sono.Isadora sorriu de volta, o coração transbordando.— Bom dia, meu homem insistente.Eles riram juntos, cúmplices naquela bolha que haviam criado longe do mundo. Dominic puxou-a para mais perto e depositou um beijo demorado em sua testa.— Eu sei que tudo ainda parece novo e assustador — ele disse, acariciando a pele dela com as pontas dos dedos. — Mas quero que saiba que
O retorno à cidade foi como uma rajada de vento frio no rosto. O trânsito, os telefonemas incessantes e as reuniões aguardavam Dominic e Isadora assim que seus pés cruzaram novamente as portas da empresa.O chalé agora parecia um sonho distante, uma lembrança gravada apenas nos sorrisos trocados em segredo nos corredores. No entanto, o mundo real estava pronto para testar a força do que haviam construído.Logo na primeira reunião, Dominic percebeu os olhares curiosos de alguns colegas. Era como se todos soubessem, ou pelo menos suspeitassem, que algo havia mudado entre ele e Isadora.E, pior, sua noiva, ou melhor, ex-noiva, não estava lidando bem com o término abrupto.No final do expediente, Dominic recebeu uma ligação dela.— Nós precisamos conversar, Dominic — a voz dela soou fria do outro lado da linha.Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo.— Não há mais o que conversar, Camila. Você sabe disso.— Então venha me dizer isso pessoalmente — ela insistiu, a voz carregada de mágoa.
O salão do hotel cinco estrelas estava tomado por uma atmosfera sofisticada. Lustres de cristal pendiam do teto, refletindo a luz dourada sobre taças de champanhe e risos abafados. O som suave do jazz preenchia o ambiente, enquanto os convidados transitavam entre conversas e olhares discretos.Isadora nunca foi do tipo que se deixava envolver por ambientes luxuosos, mas ali estava ela, sentada no bar do salão principal, observando as pessoas ao redor com um leve toque de desinteresse. Sua taça de vinho descansava entre seus dedos, e ela girava o líquido suavemente, perdida em pensamentos.Aquela noite não era diferente de tantas outras. Eventos de gala, reuniões sofisticadas, festas luxuosas… Tudo fazia parte do mundo empresarial, e ela já estava acostumada. Mas havia algo diferente naquela noite, uma tensão no ar que ela não conseguia ignorar.Foi então que o sentiu.O olhar intenso queimando sobre sua pele.Isadora ergueu os olhos e encontrou os dele.Do outro lado do salão, um home
O cheiro dele ainda estava nos lençóis.Isadora despertou lentamente, sentindo o corpo pesado, relaxado, como se tivesse sido consumida por horas a fio—e foi. Cada músculo pulsava com a lembrança da noite anterior. O calor da pele dele ainda parecia impregnado na dela, como se Dominic tivesse deixado marcas invisíveis que nem o banho mais demorado conseguiria apagar.Ela virou na cama, esticando a mão no lençol amassado ao lado. Frio. Vazio.Abriu os olhos de repente, piscando contra a luz suave que entrava pelas cortinas luxuosas do quarto do hotel. O relógio digital no criado-mudo piscava um número que a fez prender a respiração.8h47.O coração disparou. Merda!Ela sentou-se na cama de uma vez, o lençol deslizando por sua pele nua enquanto olhava ao redor. Onde ele está? Não havia sinal de Dominic. Nenhum barulho no banheiro. Nenhuma peça de roupa dele espalhada pelo chão. Nenhum bilhete deixado no travesseiro. Nada além das memórias febris da noite passada.Uma irritação inesperad
Os dias seguintes foram um verdadeiro teste para Isadora.Ela sempre soube separar a vida pessoal da profissional, mas agora, o universo parecia decidido a desafiá-la. Trabalhar sob a mesma estrutura que Dominic transformava cada instante em um jogo perigoso de controle.A cada passo nos corredores da empresa, sentia o olhar dele sobre si. A cada reunião, a voz grave e firme de Dominic ecoava como uma corrente elétrica por sua pele. Ele não precisava tocar nela para dominá-la—seu simples olhar já fazia isso.Mas Isadora não cederia.Dominic era um desafio, sim, mas não um que ela pudesse se permitir perder.Ela tentou manter-se ocupada. Participou de reuniões importantes, entregou projetos impecáveis e conquistou a confiança de colegas e superiores rapidamente. Era inteligente, ambiciosa e determinada a crescer.Porém, toda vez que sentia que estava recuperando o controle, Dominic surgia para bagunçar tudo novamente.Naquela manhã, ao sair da sala de reuniões, ela sentiu uma presença
A noite já havia se instalado por fora, mas dentro do escritório da empresa, a escuridão dava lugar a uma luz suave, quase melancólica, que invadia a sala de Isadora. Ela estava sozinha, concentrada em terminar os últimos ajustes de um relatório importante. A sala silenciosa, iluminada apenas por um abajur de luz amarelada e pelo brilho distante dos postes da cidade, parecia um refúgio onde o tempo se diluía.Enquanto organizava os documentos espalhados pela mesa, Isadora sentia o cansaço se misturar com uma inquietude inexplicável. O tumulto dos últimos dias ainda ressoava em sua mente — as lembranças da noite anterior, a intensidade do toque de Dominic, e aquele olhar penetrante que a assombrava, mesmo agora. Ela sabia que, apesar de todo seu esforço para manter a racionalidade, o desejo e a tensão entre ela e Dominic não eram mais meras lembranças, mas sim uma realidade presente.De repente, o som da porta se abrindo interrompeu seus pensamentos. Ela não precisou levantar os olhos
Isadora estava em seu escritório, olhando para a tela do computador. Os gráficos e relatórios se embaralhavam diante de seus olhos, como se estivessem zombando de sua tentativa de manter o foco. O ponteiro do mouse pairava sobre o mesmo gráfico havia minutos, mas sua mente estava longe — muito longe dali.Dominic.Ele invadia seus pensamentos como uma tempestade repentina. Um sopro de lembrança e ela se pegava sentindo o toque dos olhos dele sobre sua pele, como se ele estivesse ali, mesmo quando não estava. E quando estava… tudo piorava.Ela havia enfrentado desafios maiores em sua vida. Isadora não era do tipo que se deixava abalar por emoções passageiras — ou ao menos não era, até Dominic surgir. O problema é que ele não parecia passageiro. Ele era presença, intensidade e… ameaça.Havia algo nos olhos dele que a desequilibrava. Uma certeza, um controle, como se já soubesse que, cedo ou tarde, ela cederia. Mas ela não podia. Não devia. Ela tinha construído sua carreira com esforço,