Cheguei em casa exausta, com os pés doendo após um dia interminável e o peso das experiências no hospital ainda se fazendo sentir em meu corpo. O corredor emanava o aroma reconfortante de lençóis limpos, e o silêncio parecia tenso; meu pai estava na sala, com a expressão séria de quem já sabia o que ia dizer.

— Minha filha — ele começou, direto e sem rodeios — você precisa se impor com a sua irmã. Respirei fundo, olhando para ele, sentindo a vontade de rir e chorar ao mesmo tempo. Levantei a mochila, lancei a bolsa no sofá e tomei meu lugar em frente a ele.

— Papai — respondi, tentando manter a calma que me custou tanto a alcançar — se nem o senhor, que é pai dela, conseguiu conter a Lilibet durante anos, o que eu poderia fazer para mudar essa situação? Ela não responde à autoridade, apenas à soma de dígitos.

Ele franziu a testa, parecendo esperançoso. — O que você quer dizer? — perguntou. Abri a boca e falei sem reservas. — O que realmente importa p