35. DIMITRI
Estava tentando dormir um pouco mais, pois Pérola não havia acordado ainda. Então me ajeitei na poltrona e tirei um cochilo.
Desperto e ouço que ela acordou.
Caminho até o interruptor para acender a luz, quando me aproximei dela, percebo confusão em seus olhos.
A mesma mulher que colou meus pedaços, agora me quebrou de novo. Realmente não estamos preparados para as rasteiras da vida, e mais uma vez a vida estava brincando comigo, quando Pérola não reconhece quem sou eu de fato, pois está confusa pelo acidente, eu fico sem chão.
Por essa eu não esperava.
Tentei ter o maior autocontrole. Que nem eu mesmo sabia que tinha, pois minha vontade era de gritar e derrubar uma parede.
Engoli em seco, tentei fugir da situação por não saber lidar com ela, e quantas vezes eu já havia feito isso, quantas vezes nos últimos oito anos, eu fugi dos meus sentimentos, reprimi minhas dores e deixei lá no fundo da alma, e tudo isso por que eu não fiz o tratamento psicológico por completo, havia parado n