O avião começou a perder altitude quando Alicia abriu os olhos lentamente. O aviso de apertar os cintos soava pelos alto-falantes, e a voz do comandante informava a todos que em poucos minutos estariam aterrissando em Atenas. Ela olhou pela janela e sentiu o aperto. Uma fisgada funda no peito. O azul intenso do mar Egeu, o contraste das construções claras espalhadas pela paisagem... Era tudo tão familiar. Ali, naquela cidade, seu destino tinha mudado para sempre — e agora, por ironia cruel, estava de volta. Só que, dessa vez, ao lado do filho do homem que jamais saiu da sua memória.
Sentiu o estômago embrulhar.
Roberto percebeu o olhar vago dela e tentou um contato suave, pousando a mão sobre a dela.
— Tá tudo bem, meu amor? — perguntou baixinho, com carinho na voz.
Mas Alicia mal teve coragem de olhar para ele. Estava engolindo a própria culpa, os pensamentos embaralhados demais para reagir como deveria. Apenas assentiu devagar, forçando um sorriso sem vida.
— É só cansaço… — murmuro