Marina Salazar No momento em que Nicolas sabia que ia dar merda, ele é uma pessoa que jamais deixará para lá uma situação se isso ferir seu orgulho, a mágoa. O que acho totalmente hipócrita é que em momento algum ele pensou em mim ou em outras pessoas quando me traiu. Uma coisa que ele se importou foi com o amiguinho dele de baixo. Eu ouvi cada ofensa e não consigo revidar, cada palavra que sai da sua boca é como um soco no meu estômago, justamente por tudo que vivemos, sem conseguir controlar, as lágrimas brotam em meus olhos. Mas aí vejo Conrado, e a fúria está estampada em seu rosto. A maneira como ele parte para cima de Nicolas no momento em que ele me chama de interesseira, que já estava atrás de alguém com dinheiro, foi o estopim para a confusão tomar uma proporção enorme. Os socos, todo sangue me fizerem entrar em pânico, as lembranças de quando eu era pequena se tornaram tão vividas agora, minha mãe caída ao chão e meu pai bêbado a espancando. Novamente, eu estava aqui pe
Assim que começo a sair do estacionamento escuto alguém me chamar, mas não dou bola acelerando o carro, saio sem rumo um turbilhão de sentimentos está em minha cabeça, só de pensar que aquele idiota tratando Marina daquela forma já me faz perder a cabeça novamente. — soco o volante tamanha à minha raiva. Meu telefone toca sem parar, mas ignoro todas chamadas e vou para o local onde por muito tempo era onde o lugar me trazia paz, o Mirante Mangabeiras, meu avô sempre me trazia aqui quando eu estava triste, ou algo o estava encomodando, sem foi onde nós colocamos nossos sentimentos, e pensamentos para fora. Estaciono o carro, tiro a gravata e paletó, e me sento no mesmo banco em que vovô Olímpio me coloca em seu colo, e ouvia tudo o que meu coração precisava no momento. Fecho olhos respiro fundo e sinto a brisa tocar meu rosto, não demora mais do que quinze minutos escuto a moto de Martim estacionando. — Como sempre, o mesmo lugar Conrado! Ele desce da moto, e vem em minha direç
Marina Salazar Eu entro no carro e começo a dirigir, tentando me concentrar na estrada. Mas não consigo parar de pensar na conversa com Martin e na ameaça de Nicolas. Meu coração ainda está acelerado e minhas mãos estão tremendo. Eu sinto como se estivesse em um estado de pânico constante, sempre esperando que algo ruim aconteça.Eu chego à casa do senhor Fabrício e estaciono o carro. Ao sair do veículo, eu sinto um arrepio. Olho em volta, mas não vejo nada fora do comum. Já na casa e vou direto para o meu quarto, me deito na cama e começo a chorar estou tão vulnerável e insegura. Não sei o que Nicolas é capaz de fazer, mas sei que ele não vai desistir facilmente. E Conrado... Eu não sei o que ele está pensando ou sentindo.Sinto como se estivesse presa em uma armadilha, sem saber como escapar. O medo e a insegurança estão me consumindo.De repente, eu ouço um barulho vindo da porta. — Eu me sento na cama e olho em direção à porta, meu coração acelerado. — Quem está aí? Enxu
Conrado Queiroz Fico parado ali por alguns minutos, pensando em tudo o que Martim disse. Eu sei que ele está certo, eu preciso tomar cuidado para não deixar meus sentimentos me consumirem, dou um suspiro profundo e começo a caminhar de volta para o meu carro. Eu preciso ir embora daqui e pensar em tudo o que está acontecendo. Entro no carro e começo a dirigir, sem saber exatamente para onde estou indo. Eu apenas sei que preciso sair daqui e encontrar um lugar para pensar. Depois de alguns minutos de dirigir, eu vejo um café à beira da estrada, paro o carro e entro no café, procurando por um lugar tranquilo para sentar e pensar.Encontro uma mesa no canto e me sento, pedindo um café ao garçom. Eu fico ali sentado, pensando em tudo o que está acontecendo e tentando encontrar uma maneira de resolver as coisas. Mas, enquanto estou sentado ali, eu não posso deixar de pensar em Marina, me pergunto o que ela está fazendo agora e se ela está bem, sinto um aperto no coração ao pensar nela
A vários dias meus pais tentam me ligar, mas com toda confusão do meu afastamento do hospital, minha mente está um caco.Somente hoje tive coragem de sair de casa, realmente preciso de um ar diferente. Mesmo com a minha amiga tentando de tudo pra me animar eu não tenho certeza se meu dia será melhor que ontem.Caminho em meio ao parque, mas tenho uma sensação esquisita! Tenho a impressão de que estou sendo observada. Apresso meus passos com medo, mas antes que consiga atravessar a rua sou agarrada pelo braço.Um pânico toma conta de mim.— Por onde você andou menina?O tom de voz me acerta em cheio. — olhando rapidamente, para quem acabou de me puxar. E logo quem eu não queria ver nesse momento.— Pai?— Posso saber porque você está ignorando minhas ligações?— Agora não é um... Um bom momento! — Você sabe que nós precisamos do seu dinheiro Marina.— Mas pai! Eu já disse que eu não posso dar dinheiro toda hora.— Não se faça de sonsa Marina. Minha respiração já está totalmente
Entro na casa dos meus pais com os arquivos da investigação de Marina, já conversei com o advogado e meu pai mais cedo. Acredito que teremos boas notícias em breve.Paço pelo hall de entrada, escuto a melodia do piano na sala da minha mãe, sigo som da música, mas ao parar a porta vejo que não é minha mãe tocando mas sim Marina.Meu coração acelera ao ver Marina sentada ao piano, seus dedos deslizando suavemente sobre as teclas. A música é uma melodia doce e sensual, que parece envolver todo o ambiente em uma atmosfera de intimidade. Eu me apoio na porta, observando-a, hipnotizado pela beleza e graça que emana dela. Marina parece perdida em seus pensamentos, e nem percebe que estou ali. Seus olhos fechados, seus lábios ligeiramente entreabertos, e eu sinto meu peito arder de desejo.Eu não quero interromper o momento, mas não posso evitar sentir a necessidade de estar mais perto dela. Eu dou um passo à frente e sem querer faço barulho. Ela para de tocar e se vira para mim, seus olho
Marina Salazar Eu sempre sonhei em se tornar uma médica, mas como filha de pais sem condições financeiras, me vi obrigada a se virar sozinha. Guardei cada centavo, estudava nas madrugadas, com muito esforço conseguiu uma bolsa integral no curso de medicina. Hoje, lembrando de toda a loucura que foram os anos em que estava estudando, cansaço, fome, muitas vezes não tinha dinheiro para o ônibus, minha vida só deu uma trégua quando conheci Nicolas, meu namorado há cinco anos. — Que foi, Marina? Está com uma carinha de quem está sonhando acordada. Eu desperto das minhas lembranças e olho para Mabel, que está sentada no tapete da minha sala, procurando em prego no site da cidade. Faz uma semana que ela está morando conosco, por ser despejada do apê onde morava com a mãe, pois o novo namorado dela não queria uma filha desempregada que não arca com as despesas. — Nada, não, Mabel, só estava me lembrando da época da faculdade, o quanto foi difícil, sei bem o que você está passando. Então,
Marina Salazar. Mabel está de quatro gemendo loucamente, enquanto é fodida pelo meu namorado. Realmente, eu não consigo acreditar no que estou vendo, minhas pernas estão travadas, com a mão na boca pelo susto, as lágrimas começam a escapar dos meus olhos. Ver o homem que amo com as mãos presas ao quadril daquela que se dizia minha amiga irmã de alma, em movimentos frenéticos das estocadas, totalmente envolvidos em seus prazeres, que nem notaram minha presença entre a fresta aberta da porta. Tudo que posso pensar é em matar esses dois, o nojo e a raiva me fazem sair da onde estava. E entrar com tudo no quarto dessa traíra que até segundos atrás ainda era minha amiga, e pensar que esse escroto nojento dizia que me amava olhando dentro dos meus olhos. — Posso saber o que é isso aqui? Mas, que depressa, Mabel puxa o lençol e se cobre, e Nicolas me olha apavorado e vem em minha direção sem se tocar de que está completamente sem roupa. Quanto mais perto ele chega, maior é a raiva