Ricardo
Tomei um banho bem rápido e me arrumei, depois sai feito um furacão, não via a hora de ver a minha Nena, pelo jeito eu estava mesmo me apaixonando por ela, porque nunca senti nada igual, nunca senti toda essa aflição, essa vontade de estar perto, de saber tudo sobre a pessoa, nem com a Babi foi assim, é totalmente diferente do que eu já senti por uma garota… Mas, por enquanto, eu sei que isso tem que ficar guardado só pra mim.
Peguei minha moto e fui em direção a sua casa… chegando no condomínio eu pedi que me anunciasse e o porteiro liberou minha entrada, perguntei a ele o número da casa e ele me disse e logo eu estava lá, estacionei a moto em frente e desci indo até a campainha… toquei e fiquei esperando.
– Oi… disse uma senhora, que deveria ser a mãe da Nena, ela estava sorrindo e me olhou de cima a baixo, eu fiquei até sem graça.
– Oi… eu disse sem jeito… eu sou Cadu, vim ver a Nena... eu disse.
– Claro, entre… ela me disse que você viria… disse ela me dando passagem.
Entrei e fiquei olhando em volta, a casa era muito bonita, toda decorada com flores e enfeites, e bem arejada, eu gostei.
– Eu sou a mãe dela, prazer Nalva… disse ela.
– O prazer é meu senhora… eu disse.
– Não me chamar de senhora, pode me chamar de você querido, ou de tia se quiser, os amigos de Nena costumam me chamar assim… disse ela.
– Ok… eu sorri meio sem jeito.
– Vem, vou te levar até a Nena… disse ela subindo as escadas, e eu fui atrás.
Chegamos em um corredor e ela me levou até o quarto da Nena, ela abriu a porta e entramos juntos, e ela estava deitada em sua cama, toda encolhida, parecia estar com frio… o seu quarto era como eu imaginei, um quarto de menina cheio de tudo que as meninas gostam.
Quando me viu sorriu e eu também sorri pra ela.
– Bom, vou terminar o almoço… disse a mãe da Nena saindo do quarto.
Me aproximei de sua cama e me sentei em uma cadeira que estava próxima.
– Oi… eu disse pegando em sua mão e dando um beijo.
– Obrigada por vir… disse ela sorrindo.
– Anjos são pra essas coisas… eu pisquei.
– Você é com certeza… disse ela.
– Está se sentindo melhor?
– Mais ou menos, ainda dói minha barriga e estou com muita frio.
– Vou te fazer companhia.
– Não tinha nada mais legal pra fazer? Eu não quero te prender aqui… disse ela.
– Que nada… eu tinha uma festa pra ir, mas eu pretendia chamar você, então já que você não pode, nem vou… eu disse.
– Não, não Cadu, você vai sim, não fique se prendendo, não quero te atrapalhar.
– Hei, amigos são pra isso, pra ficar com os amigos nas horas boas e ruins, não sabia disso?
– Sabia, mas… ela dizia, mas a interrompi.
– Nena… eu disse ainda segurando sua mão… sei que somos amigos a pouco tempo, mas eu costumo ser fiel ao meus amigos e não os abandono quando eles precisam de mim… eu disse e ela sorriu.
– Entendi… valeu mesmo Cadu… disse ela.
– Então… o que você quer fazer? Podemos jogar algum jogo ou podemos ver um filme, você escolhe… eu disse.
– Huuum… vamos jogar vídeo game, eu adoro.
– Jura? Caramba eu também gosto muito.
– Guittar Hero? Você gosta?
– Sou fera, ninguém me ganha… eu disse e ela riu.
– Até agora… disse ela me desafiando.
– A é? Então vamos ver… eu disse.
A tarde foi a melhor possível, nós fizemos muitas coisas, jogamos muitos jogos, comemos juntos pois sua mãe havia preparado uma sopa que tava maravilhosa, depois fomos ver um filme e Nena acabou dormindo, já estava anoitecendo e então eu decidi que já era hora de ir embora… antes de sair lhe dei um beijo na testa e fiquei a observando… como pode alguém mudar todos os seus sentimentos? Não sei… mas ela mudou os meus.
Saí do quarto e desci até a sala, me despedi da mãe de Nena e agradeci pelo almoço, depois sai e fui pegar minha moto, uma menina ruiva estava chegando a casa de Nena.
– Hei… disse ela.
– Sim… eu disse.
– Você por acaso é o Cadu? Ela perguntou.
– Eu mesmo… porque?
– Não, por nada, eu sou Heloísa, amiga da Nena, ela me falou sobre você… disse ela.
– Ah, muito prazer… eu sorri.
– A Nena está bem? Suponho que tenha vindo vê-la.
– Sim, ela está melhor, dormiu agora pouco… eu disse.
– Sério? Bom… então nem vou lá agora, vou depois.
– Ok… bom, estou indo, a gente se se vê Heloísa… eu disse e ela sorriu acenando.
Subi na moto e fui para casa, chegando minha mãe estava na sala com o telefone nas mãos sorrindo e chorando ao mesmo tempo.
– Mãe? O que houve? Perguntei
– Filho, a melhor notícia que eu recebi hoje… disse ela contente.
– Mas então porque está chorando?
– De alegria filho!
– Então me conta, o que foi?
– Seu irmão, seu irmão… ele vai voltar, ela está voltando querido! Disse ela sorrindo.
– Sério? Eu perguntei de olhos arregalados.
– Sim, ele acabou de ligar e disse que está vindo, disse que a faculdade lhe deu férias antecipadas pois ele foi um ótimo aluno e passou logo.
– Hum… que maneiro… finalmente ele vai voltar… eu disse.
– Estou tão feliz, vou arrumar um quarto pra ele, acho que ele não vai mais querer dividir o quarto com você… disse ela.
– Pois é… acho que não… bom, fico feliz, quem sabe agora ele não se aproxima novamente de nós não é?
– Eu estou confiante nisso filho, ele vai voltar a ser o Henrique de antes… disse ela.
– Eu torço por isso… eu disse lhe dando um beijo… vou pro meu quarto, qualquer coisa que precisar me chame.
– Ok filho… disse ela.
– Ah, e quando ele chega? Perguntei.
– Amanhã, amanhã à tarde ele chega.
– Ok… eu disse e fui pro meu quarto.
Fiquei feliz em saber que meu irmão está voltando, mas fiquei preocupado pois minha mãe estava colocando muitas expectativas e esperanças dele se relacionar melhor conosco, mas eu sei que isso não vai ser tão fácil, Henrique ficou muito amargurado quando o nosso pai morreu e parece que ele não quer mais ser bom ou generoso, ou carinhoso e alegre como o nosso pai nos ensinou a ser… não entendo ele, até porque ele não me fala nada, não confia mais em mim e não me conta suas coisas, mas eu espero que ele voltando agora nós dois consigamos pelo menos conviver em paz.
Estava no computador quando meu celular tocou, era Júnior.
– Fala mano!
– Cadu, cadê você mano?
– Em casa…
– Pow, estou te esperando aqui em casa desde cedo , não vai vir?
– Tô um pouco cansado cara, passei a tarde com uma amiga que estava doente e cheguei agora em casa.
– Que amiga doente? Não estou sabendo de ninguém da galera que ficou doente.
– Você não a conhece ainda, mas vai conhecer, eu até levaria ela na festa hoje, mas ela não está bem.
– Mas mano, a galera toda tá esperando aqui, qual é, vem logo… disse ele.
– Pow cara, amanhã eu… eu dizia mas ele me interrompeu.
– Vai deixar seus amigos na mão? Disse ele e eu respiro fundo.
– Tá beleza, eu vou, em 10 minutos chego aí… eu disse.
– Já é mano, tô esperando… disse ele desligando.
Isso que dá dizer que não deixa nenhum amigo na mão… tomei um banho rápido e me arrumei pra ir, avisei minha mãe e depois sai, fui andando mesmo pois era perto, a duas ruas daqui.
...