É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo? Há quem diga que sim e há quem diga que não... mas não sabemos ao certo se esse sentimento por duas pessoas é amor... pode ser uma pequena paixão, pode ser uma pequena atração, mas... e amor? É possível? - Para ter duas paixões não tem jeito, só tendo dois corações em meu peito... - Eu sei que hoje estou dividida, mas quem sabe um dia talvez decidida... "Dose dupla de amor" Vem aí uma história cheia de emoções, onde os corações ficarão completamente dividos.
Leer másManhã de domingo - Nênaly
Eu estava muito mal, pois o meu relacionamento de 1 ano havia terminado, e eu está a pensando, o que fiz de errado? Porque ele me traiu? Porque fez isso comigo que nunca dei motivos? Eu me senti a pior pessoa do mundo, sendo trocada, sendo enganada e iludida… Meu coração estava em pedaços, eu só queria chorar e chorar, de raiva e de tristeza.
– Querida! Diz minha mãe batendo a porta do meu quarto.
– Sim mãe… respondo.
– O café já está servido, desça… disse ela.
– Já estou indo… eu digo me levantando.
Eu tinha que ser forte na frente da minha família, eu não podia me mostrar como eu realmente estava senão causaria um problema para todos e eu não queria isso.
Então eu me levantei da cama e fui tomar um banho quente, pois o dia estava frio… depois me vesti, coloquei uma calça jeans, blusa de crochê branca e um casaco cinza por cima e desci para o café da manhã.
– Bom dia… digo entrando na cozinha onde estão minha mãe e meu irmão mais velho Leandro.
– Bom dia querida, dormiu bem? Pergunta minha mãe.
E eu parei para pensar… será que devo responder que sim só pra ela não se preocupar, ou devo responder que nem consegui pregar os olhos essa noite?
– Parece que você não dormiu nada Nena, está com os olhos inchados e sua expressão é de pura tristeza… disse Leandro e eu nem tive como rebater, pois era isso mesmo, eu estava exatamente como ele descreveu.
– Eu vou ficar bem… digo me sentando a mesma e me servindo de chocolate quente.
– Quer ir comigo ao clube de mães hoje? Podemos fazer crochê e aprender artesanatos… disse minha mãe.
Ótimo, iria me ajudar muito, só que não.
– Acho que não mãe, vou caminhar um pouco, vai me fazer bem, vou com a Helô.
Heloísa era a minha melhor amiga, nos conhecemos desde o jardim de infância… ela tem uma quedinha pelo meu irmão e eu sempre torci pra que eles ficassem, mas meu irmão sempre dá a desculpa de que ela é novinha demais, coisa que a gente sabe que não tem nada a ver… enfim… eu não iria sair com ela, foi só uma desculpa mesmo, eu precisava era ficar sozinha agora e sabia que Helô poderia me cobrir.
– Vá sim minha querida, você precisa se distrair e não pensar mais no Fernando, esqueça que ele existiu! Disse minha mãe.
Mas, era um pouco difícil esquecer de um dia pro outro de alguém que você dedicou 1 ano da sua vida, sem reservas e sem mentiras, mas que mentiu pra você, mesmo que não tenha sido todo esse tempo, mas mentiu e não importa quando, mas isso num relacionamento é inaceitável, mentira e traição é inaceitável.
– Bom, eu já vou… eu disse me levantando.
– Onde vai com Heloísa?
– Por aí, sei lá, nós vamos ver… eu disse e dei um beijo em cada um antes de sair.
– Se cuida filha, se precisar liga… disse minha mãe antes que eu fechasse a porta atrás de mim.
Saindo do condomínio eu fui caminhando até o calçadão, as nuvens escuras deixavam o céu triste, e eu queria ir até o mar, pois com certeza as ondas estão bem grandes e violentas e eu me identificaria com o que está acontecendo lá, pois era isso que estava acontecendo dentro de mim, eu estava feito aquelas ondas, querendo destruir todo o sentimento que eu tinha pelo Fernando.
Chegando a praia eu desci para as areias e fui caminhando até a beira, mas não cheguei muito perto pra não molhar os pés pois as ondas estavam mesmo muito fortes… então procurei um lugar onde eu pudesse ver bem a vista do céu escuro e do mar violento e me sentei pra admirar… as lembranças me vinham a mente, e eu não pude conter as lágrimas, eu estava chorando novamente e de raiva pois eu fui uma boba, eu fiquei o tempo todo tentando salvar uma relação que só eu amava, só eu me importava, só eu queria pois ele não queria mais e por isso me traiu, me trocou por uma bem melhor, mais velha, mais madura e muito mais bonita.
Abaixei a cabeça entre minhas pernas e as abracei chorando, eu só queria chorar e desabafar e deixar toda essa tristeza e raiva saírem de dentro de mim, eu não queria mais sentir isso.
De repente ouvi um barulho ao meu lado, como se fosse alguém pigarriando para chamar a minha atenção, levantei o rosto e olhei, era um homem meio loiro, alto, forte, vestia uma roupa de surfista e estava todo molhado, havia uma prancha ao seu lado também, ele estava me olhando fixo e pude ver que seus olhos eram verdes e bem claros.
– Sei o que está acontecendo com você… disse ele desviando o olhar para o mar.
– Sabe? Perguntei curiosa.
– Sei… é como o mar… revoltado, violento, querendo levar tudo que vê pela frente, mas ao mesmo tempo triste, desapontado, querendo conter sua força mas não consegue… disse ele e eu fiquei impressionada.
Como ele sabia se nem me conhecia? Da onde ele surgiu? Eu tô sonhando ou isso é de verdade?
– Sou Cadu… disse ele voltando a olhar pra mim.
– Da onde você surgiu? Perguntei.
– Acredita em anjo? Pois é, sou o seu… disse ele sorrindo e eu sorri de lado, em tom de deboche.
– Consegui… disse ele.
– Conseguiu o que? Perguntei.
– Que você desse um sorriso, nem que fosse pequeno e debochado, mas deu… disse ele.
– Como você sabe o que eu tô sentindo? Perguntei.
– Eu não sei... Mas posso te dizer que vai passar, seja o que for, tudo na vida passa… disse ele.
– Eu espero… e também é o que eu quero, que passe, que eu esqueça e que nunca mais pense nisso.
– Só depende de você… disse ele e eu olhei pro mar novamente… – E o seu nome?
– Ah… é Nênaly, mas me chamam mais de Nena.
– Nênaly… a primeira vez que ouço esse nome… mas é um nome muito bonito, combina com você… disse ele e sorriu.
– Aposto que seu nome é Ricardo… eu disse.
– Acertou… todo Ricardo tem o apelido de Cadu não é? Disse ele rindo, e dessa vez eu reparei em seu sorriso, era espontâneo e dava vontade de rir junto de tão contagiante.
– Pois é… eu disse… enfim, obrigada Cadu, pela força.
– Anjos são pra essas coisas… disse ele se levantando… – Eu já volto, me espera aqui?
– Está bem… eu disse e ele pegou sua prancha e correu até o mar se jogando na água.
Nossa, ele era bom, pegou várias ondas e quase não caiu, devia ser um surfista profissional… não sei da onde ele surgiu, mas… ele me fez esquecer por uns minutos da raiva, dá tristeza, me distraiu e ainda me disse coisas boas, até arrancou um leve sorriso de mim, mesmo que fosse de deboche por ele ter dito que era o "meu anjo"... como pode um cara que nunca vi, fazer isso em meio a tanto caos? Não sei, só sei que foi isso que ele fez.
Depois de alguns minutos ele voltou até onde eu estava e se sentou novamente.
– Você manda bem… eu disse.
– Valeu, são anos de prática, eu sou um peixe… disse ele sorrindo.
– Até pouco tempo era um anjo e agora já é um peixe… eu disse e ele gargalhou.
Era tão engraçado, ele ria de tudo, era espontâneo, nada forçado.
– Bom… digamos que sou um anjo que gosta de água… disse ele.
– Entendi… eu disse.
– Eu adoro surfar… e você, o que gosta de fazer?
– Escreve… eu amo escrever, é minha paixão e espero um dia ser a minha profissão… eu disse.
– Uau, que maneiro… disse ele… aposto que você escreve romances.
– É, eu escrevo, mas gosto de tudo um pouco, sempre tento colocar muitas coisas nas minhas histórias… eu disse.
– Hum… legal… uma futura escritora… disse ele.
– É… meu sonho é ir para Nova York, trabalhar na escritora mais famosa de lá e publicar meus livros um dia… eu disse.
– Nova York… disse ele pensativo… eu tenho um irmão gêmeo que mora lá.
– Irmão gêmeo? Jura que tem um irmão gêmeo? Perguntei curiosa.
– Tenho… se chama Henrique, ele e eu somos idênticos, mas… só na aparência mesmo, pois… não nos damos muito bem.
– Nossa… que chato… irmãos gêmeos não devem ser ligados e tals, sentir o que o outro senti, essas coisas…
– Até sentíamos, mas de uns tempos pra cá não seguimos uma mesma linha de opiniões e ele decidiu ir embora.
– Que pena… deve ser ruim ficar longe de um irmão, ainda mais gêmeo.
– É, mas… eu já me acostumei… enfim…
Cadu e eu ficamos conversando e conversando e nem percebemos a hora passar, ele era muito legal, eu nunca imaginaria que ele tivesse um irmão gêmeo, coisa de louco mesmo, ele me contou que mora com sua mãe e que seu pai faleceu, e que depois que isso aconteceu as coisas nunca mais foram as mesma entre ele e seu irmão, e então ele decidiu ir embora… Ele me disse que tinha 22 anos, que trabalhava na empresa que seu pai deixou e estudava também, estava na faculdade, fazendo administração, para um dia poder cuidar 100% de tudo que foi do seu pai, seu irmão cuidava da parte dele pela internet e também estudava lá em Nova York… e eu também contei que estava cursando Letras, pra poder ser escritora um dia… eu até quis contar sobre o que estava acontecendo comigo, mas achei que era cedo demais, eu não conseguiria falar.
Depois de muito conversarmos, tivemos que nos despedir pois o céu já estava carregado e viria uma chuva daquelas pela frente.
– Eu já vou antes que a chuva caia Cadu… eu disse me levantando.
– Está bem… mas antes, anota meu número? Caso você precise falar com um anjo essa noite… disse ele.
– Bom… é sempre bom ter um disk anjo… eu disse pegando meu celular em meu bolso e lhe dando, ele anotou seu número e me devolveu.
– Pronto, disk anjo anotado.
– Obrigada… então… até mais Cadu… eu disse.
– Até mais Nena… disse ele sorrindo.
Continua…
Pouco tempo depois Nênaly e Ricardo tiveram o seu primeiro filho, Pedro, um bebê lindo! E Helena, filha de Alana e Henrique, ficou toda contente com seu primeiro priminho.Heloísa e Leandro casaram-se e tiveram uma menina, Luiza, e Leandrinho estava todo feliz com sua irmãzinha.Henrique descansou, e Ricardo se libertou da culpa que nunca teve, pois tudo não passou de consequências de uma doença grave, a depressão.E por fim, Cadu e Nena puderam viver em paz e felizes.Fim...
Assim que chegamos ao local onde Cadu queria me levar, descemos do carro, a fachada parecia um salão de festas, com algumas luzes iluminando a entrada, procurei pelo nome, mas não consegui achar, Cadu tirou do seu bolso uma máscara dessas que se coloca nos olhos pra dormir. — Agora coloque isso aqui amor… disse ele colocando em mim. — Nossa, quanto mistério, já estou com frio na barriga… eu disse. — Vem, eu te ajudo… disse ele me segurando pela cintura e me guiando. Andamos e andamos, até que paramos, não se ouvia nada, era um completo silêncio. — Anjo? Já chegamos? Perguntei. — Sim, agora espere aqui, e por favor não tire a venda… disse ele. — Ok… eu disse. Estava nervosa demais, o que ele estava aprontando? A curiosidade estava me matando. De repente ouvi uma melodia começar ao som de violinos, meu coração palpitou e eu abri o maior sorriso do mundo, uma música que eu amava. E quando ele começou, eu chorei, lembrando de todos os momentos que passei com ele, desde o primeiro
— Solta a Nênaly Henrique, vamos resolver nós dois, por favor, eu te imploro irmão… eu disse a ele.— Volta pro carro e me espera lá! Disse ele soltando a Nênaly e a empurrando, ela mal conseguia se mexer de tanto medo… Vai logo! Ele gritou e ela ia caminhando devagar, até chegar ao carro e entrar no mesmo, mas com muito medo ela ficou nos observando da janela.— Agora é só você e eu… Disse ele.— Henrique, pelo amor de Deus irmão, porque você não me deixa te ajudar? Me deixa te ajudar! Eu gritei.— Nãaaaao! Cala a boca! Ele gritou e bateu com a arma em minha cabeça, senti uma pontada e logo o sangue começou a escorrer… Você acabou com a minha vida! Você tomou tudo, tudo que era meu, você nunca se importou comigo e agora quer me ajudar? Ninguém pode me ajudar! A única solução pra mim é a morte! Dizia ele transtornado.Meu irmão estava muito mal, não estava mais consciente, ele precisa mesmo de
NênalyDepois de tomar café, voltei para o meu quarto e me joguei na cama pegando meu celular, resolvi ligar para o Cadu, já estava morrendo de saudades… Disquei e esperei ele atender.— Nena? Amor? Disse ele nervoso, parecia estar chorando.— Cadu? O que foi? Perguntei assustada.— Nena, por favor, vem me encontrar na praia, por favor… ele disse chorando.— Amor, o que aconteceu? Estou indo agora, me diz onde você está? Eu disse me levantando rapidamente.— No lugar de sempre, vem rápido, por favor… disse ele.— Tá, já chego aí… eu disse desligando, prendi os cabelos rapidamente em um rabo, calcei os chinelos e desci correndo as escadas de casa, passei pela sala feito um furacão, como dava pra ir andando mesmo eu saí correndo pela rua, super nervosa, o que será que aconteceu? Porque ele estava chorando, meu Deus
NênalyAcordei toda sorridente, me espreguicei sorrindo e passando a mão pela cama procurando por ele... mas abri os olhos rapidamente quando percebi que ele não estava.Ele foi embora, nossa, que pena... eu pensei fazendo uma cara triste.Me sentei devagar na cama e percebi que na cabeceira havia um bilhete, então peguei e li.Minha bonequinha, que noite perfeita!Estou muito feliz com tudo que aconteceu com a gente, e quero muito que tudo se repita todas as vezes possíveis.Saí bem cedo, mas me despedi de você, estava tão maravilhosa dormindo que não quis lhe acordar, preciso resolver as coisas com Alana e com Henrique.Te espero a noite, na praia, no lugar de sempre.Te amo, seu Anjo!Sorria soz
AlanaDepois da noite maravilhosa que Cadu e eu passamos nos dormimos feito anjos de tão cansados que estávamos.Acordei no meio da madrugada e o fiquei observando dormir, ele estava tão diferente de antes, tudo hoje foi diferente, até o seu jeito comigo… mas eu gostei, eu sou muito apaixonada por ele e não quero ficar sem ele, sou capaz de tudo pra que ele continue comigo.Enquanto ele dormia eu acariciava seu corpo, mas me espantei quando não vi o seu sinal do lado direito do corpo, o sinal que ele tinha entre o abdômen e a coxa, mas como assim sumiu?Me levantei da cama um pouco assustada, e vi meu celular piscando em cima da mesa do meu quarto, o peguei e havia uma mensagem.Lana espero que me perdoe por não atender as ligações e nem dar nenhum sinal hoje, estive resolvendo uns problemas e só cheguei agora em casa, m
Último capítulo