Nicklaus é um homem sem escrupulos nascido dentro da máfia e criado para ser o pior pesadelo de seus inimigos, nada é capaz de deter o ódio que o corrompe ou ameniza suas decisões . Por isso quando a jovem Caroline aparece em sua vida como uma boa garota nada mais justo do que quebrar a sua alma e corrompe-la em todos os sentidos. O que nenhum dos dois esperava era descobrir que o quanto o inferno é prazeroso para aqueles que desfrutam dos próprios pecados e para Caroline seu maior pecado é desejar o homem que a jogou do precipicio.
Leer másCarolina
A fúria latente queimando qualquer resquício da minha consciência comandando todos os meus passos em direção a sandice obscura em mal tratar-lhe a carne, preciso ver com os próprios olhos sua imoralidade se tornando uma culpa apesar de duvidar que o demônio possa sentir algo diante do próprio pecado. Orei, a todos os deuses, implorei a cada um dos arcanjos ditos divinos pela bíblia para que esses sentimentos fossem expurgados da minha alma, excomungados do meu coração e repudiados pela minha moral.
Descobri de maneira tardia que sou prisioneira dos meus pecados, cada passo nesse corredor escuro é como um passo no caminho para luz, apesar de estar indo na direção do inferno em busca do gerador dos meus tormentos. A madeira que reveste a lâmina pesada da faca chef, transforma a garota em uma mulher vingativa, rancorosa e ciumenta.
Observo a inabitual luz escapando pelo espaço da porta aberta, atraindo-me para o lar da besta, o silêncio da mansão em nada se compara as vozes enlouquecidas da minha mente gritando, brigando, disputando um lugar sem saber como falar ou como agir, deixando apenas o imoral tomar conta e guiar os meus passos. Meus pés descalços tocam o carpete, atravesso o beiral da porta sem quebrar o silêncio, a pouca luz que ilumina vem do closet e da lua que invade pela varanda aberta, as pesadas cortinas nem ao menos se movem com o vento frio.
Já o alvo do meu desassossego respira profundamente deitado no meio da cama entre os lençóis de seda no tom marfim, o painel combinando com o estrado de madeira rústica trabalhados formando ondas que levam ao brasão esculpido no painel logo acima da cabeça dele. Seu corpo divino desnudo, exposto, coberto apenas pela calça de moletom deixando as tatuagens traçadas em cada uma das curvas do peitoral os piercings nos mamilos brilhando e a barriga plana, os pelos escuros abaixo do umbigo levando ao cós da calça. As mãos enfeitadas pelos anéis de prata o maxilar marcado e o brinco de diamante na orelha direita.
Sim, o epitome da minha fraqueza, destruidor de cada um dos meus sonhos de princesa, aquele que derrubou o castelo do que imaginei ser o mundo ou a esperança em viver dias melhores. Ao seu lado, sou apenas mais uma, apenas uma mortal desgarrada do rebanho corrompida diante da beleza ilusória que reveste a maldade crua desse homem.
Outra onda de vento enche o quarto, acordando-me das minhas lamurias, trazendo de volta a fúria, o ódio, a insanidade, em passos rápidos corto a distância e estou em cima do seu quadril na cama imobilizando parte de seu corpo com a ponta da faca contra o lado direito do peito dele, pois até nisso o diabo foi amaldiçoado nascendo com o coração no lado contrário. Os orbes verdes analisam a minha face, talvez a surpresa mas não, nada é capaz de surpreende-lo.
— Faça o que veio fazer Carolina. — Não é um pedido mas uma ordem e isso me revolta de uma maneira incontrolável.
Com a ponta da faca cravo fundo em seu peito, rasgando a carne de uma maneira desleixada, fazendo o formato que desejo, seus grunhidos contidos por entre os dentes não passam despercebido pela maníaca que deseja ver sua agonia. Sinto os batimentos contra os meus ouvidos completamente perdida para o sangue que verte da pele tatuada, deixando uma marca minha da única maneira com a qual ele pode se lembrar de mim, em uma cicatriz cheia de ódio e ciúmes. A letra do meu nome sob seu maldito coração de pedra, quando finalmente termino de esculpir ergo o olhar para os seus orbes, o olhar de um demônio sua mão enorme recobre meu pulso apertando com força fazendo a faca cair em cima dos lençóis.
— Não deseja me matar Carol? — Sua pergunta é um teste a minha sanidade, mas acima de tudo uma questão sobre a quão perdida estou.
— Não.
—Então veio aqui para fazer um C no meu peito. — Ergue a sobrancelha— Tsc tsc achei que seria mais criativa amore mio.
— E fui... — Abro um sorriso que provavelmente causará a minha morte. — Enquanto estava conversando com o seu irmão.
No mesmo instante seu semblante se transforma, de um belo anjo questionador para o verdadeiro demônio que consome cada uma das minhas energias, aquele que quebrou a minha inocência. Em um movimento rápido os fios dos meus cabelos ficam envolvidos nos seus dedos deixando meu pescoço exposto para a língua traiçoeira que percorre a artéria com maestria atiçando a devassidão para brincar.
Envolvida pelos lábios quentes e fogosos tomando tudo da minha boca incendiando meu corpo com prazer, o sangue se tornando seco entre nós fazendo parecer que nada tão grave havia acontecido, um lapso meu pensar isso, pois o clique metálico foi alto o suficiente para cortar a onda de luxuria.
Separamos nossas bocas sem fôlego ao mesmo tempo que tentei puxar ele de volta ficou presa, percebendo o metal em volta do meu pescoço. Incrédula tentei outra vez, seu olhar em nenhum momento desviou do meu, frio, quente, punitivo, raivoso. Estava tão ocupada em senti-lo envolvida no seu manto de pecado que não percebi seus movimentos calculados.
—Te avisei para não falar com nenhum homem, essa é a sua punição. — A declaração da voz firme e fria.
O lugar nem é mais desconhecido de tantas vezes que acabei vindo parar aqui nos últimos meses, mas não é o suficiente para aplacar a fúria.
—Eu sou a porra da sua esposa e não um cão — Grito completamente irritada por seguirmos nesse ciclo vicioso.
O homem se movimenta como um animal prestes a atacar a presa e no caso, sou a porra da presa que se sente doente de desejo por ele. Necessitando novamente dos seus toques, querendo continuar de onde paramos, mas magoada demais para demonstrar algum arrependimento contra as suas ordens.
—Você é minha, sua voz tem que soar para os meus ouvidos e não para qualquer merda.
—Nicklaus… - suspirei - Não me deixe presa aqui.
Senti as lágrimas se formando para implorar as engoli ciente de que tudo entre nós sempre se dará entre pagamentos infelizes de mesma proporção, nosso amor é doentio, nosso ódio é vicioso. Por isso deixei que se fosse saindo pelas escadas provavelmente em busca de descontar sua fúria em um inocente que pagara pelos meus pecados, assim, aceitei a sua punição sem relutar. O sangue seco nas minhas mãos manchando a minha pele não é apenas dele, desde que percebi o quanto estava presa sob essa escuridão passei a compartilhar do sangue derramado pelas mãos daquele diabo. Infelizes são os que cruzam o seu caminho, pois não saíram vivos ou intactos, sou a prova viva da condenação.
Trinquei os dentes porque a realidade é que a enorme letra traçada em seu peitoral antes imaculado e agora manchado pelo sangue com um formato distorcido é a mais clara evidência de que sim… sou tão doente quanto ele. E o pior de tudo é que dentro desse inferno que vivo sou completamente apaixonada pelo dono dele.
Nicklaus “Aquela é a mulher que está fornecendo os homens e as armas.” Sussurro em seu ouvido, resolvendo dar mais dois tapas antes de falar de novo. “A vadia marcou essa reunião para cobrar o favor que devo.” Mais um tapa e ela geme baixinho babando a minha mão. “Mas você não pode esperar no carro, não é mesmo?” Questiono retirando a calcinha ensopada de dentro da bunda dela e seguindo o tecido até a fenda que pinga. “É bem justo que pague uma penitência por desconfiar do marido, afinal, você é a única que anda se negando com vergonha do corpo nesses dois meses.” Acuso fazendo ela abrir a boca para responder, só que enterro dois dedos de uma vez dentro dela. “Tão quente meu anjo, acho que se estiver grávida de novo não vai ficar com tanta vergonha de mim.” Ela geme rebolando a bunda para cima. Retiro a mão da boca dela socando os dedos num entra e saí só para escutar o que ela inventará dessa vez. A verdade é que depois do episódio no hospital e a volta para casa, o meu pequeno anj
Dois meses depois – Nicklaus. Um caralho que essa merda de campanha politica seria fácil, muito pior é saber que preciso comparecer a inúmeros compromissos sociais para ser visto pela população e pelos amigos ricos como alguém que vale a pena o investimento. Caminho muito puto pela lateral da igreja passando os dedos nos bancos de madeira, o casamento de Dimitri irá acontecer em algumas horas, precisei discutir com o bastardo por horas sobre a importância de fazer a festa, mesmo querendo fugir dessa porcaria. Avisto a cabine de madeira para confissões num canto do lugar, apresso os passos para lá entrando, ajeito o terno esperando pacientemente as batidas leves contra a madeira indicam que finalmente chegou. “Entrar para a política foi uma jogada de mestre.” Sua voz soa baixa, mas a ironia está lá presente. “Não acredita que posso fazer mais pelo meu país?” Retruco usando o mesmo tom irônico. “Surpreenda-me” Pede com a voz risonha. “Qual motivo de ter marcado esse encontro?” Co
NicklausCaminho até o desgraçado no chão amarrado como um bicho, o suor cobrindo seu corpo pelo calor desse local inospito, os olhos brilhando em desafio da maneira como gosto nem mesmo consigo segurar pela espera. Avanço contra o infeliz acertando um chute nas suas costelas adorando como se curva e trava a mandibula tentando se mostrar forte para suportar.“Como se sente sendo sabendo que o pirralho é filho do Razmunikin?” Provoca com os dentes sujos de sangue.Abro um sorriso enorme que o faz franzir o cenho em dúvida sem entender o motivo pelo qual estou tão contente. Agacho na sua frente o puxando pelos cabelo e batendo seu rosto duas vezes contra o chão escutando o som delicioso do nariz se quebrando e o sangue escorrendo pelo quei
MayaDeixo as lágrimas caírem ainda mais amedrontada, tentando encolher as pernas contra o sofá enquanto ele grita furioso, destruindo algumas coisas no quarto. O ódio e a loucura em seu olhar é o prelúdio de dor. Mordo os lábios contendo os soluços, pois o som deles só o deixara ainda mais agressivo. Desvio o olhar, mas ainda peguei o flash dos seus olhos ao notar que estava encarando. Prendo a respiração ao ver seus sapatos sociais lustrados, um movimento e seu pé esquerdo está em cima do meu joelho causando uma dor profunda.“Por favor.” Gemo desesperada.A mão grande envolve os meus fios com força, sou arrastada para a escada de madeira, quando tenho o corpo
NicklausBato com o pé contra o pequeno escritório, sim, em comparação a tudo o que tínhamos esse escritório no novo apartamento é pequeno. Carolina dorme com nosso filho ao lado na cama enorme, em cada instante andando pelo lugar abre um sorriso diferente como se estivesse finalmente satisfeita com sua casa, talvez por não ser tão grande quanto a mansão e nem tão pequeno quanto o lugar em que vivia antes de a conhecer.Ela se senta na sala com alguns livros e estuda por horas com nosso filho do lado sem nem mesmo perceber o tempo passando. Saber que está com a mente ocupada facilita a minha vida, principalmente agora que a madrugada banha com sua luz a minha mesa e o meu irmão está sentado na poltrona agarrado com a garrafa de bebida destilada.
NicklausO rosto bonito procurando uma explicação, procurando palavras que nem mesmo aprendi a pronunciar direito quando tudo o que sinto por ela é tão único quanto o seu olhar descrente da minha redenção. Ela é muito mais do que um anjo perdido no meio do meu inferno particular, é a Lilith que faltava para se sentar ao meu lado e governar tudo, por isso não exito em devorar cada pedaço dela como um louco viciado pela próxima overdose brincando se irá viver ou morrer diante da droga.Carolina e nosso filho são os motivos que me fazem estar aqui nesse porto as três da madrugada esperando pacientemente a chegada dela, poucos a conhecem, é possível contar nos dedos quantas pessoas encararam a beleza da morte e sobreviveram. Sim, ela é tão bela quanto cruel, uma parte minha clama em ter o seu respeito como se um monstro precisasse de outro para afagar o ego enorme.Até mesmo o vento muda quando se faz presente, de dentro da escuridão entre os contêineres ela aparece usando uma calça tão c
Último capítulo