Diana
Eu precisava daquilo. Da paz. Da comida da minha mãe. Dos cafunés no sofá enquanto a gente assistia novela velha e reclamava dos mesmos comerciais. Os últimos quatro dias tinham sido um abraço apertado no meu coração cansado. Acordar com cheiro de pão quentinho, andar de chinelo pela casa sem maquiagem, sem pressão, sem ninguém me chamando de "senhorita Muniz" com aquele tom frio e autoritário.
Ali, eu não era a secretária impecável do CEO impossível. Eu era só a Diana. A filha que a mãe ama mimar. A vizinha que conversa com o padeiro enquanto compra pão doce.
Naquela casa, o tempo passava mais devagar. As noites eram silenciosas, o travesseiro não era molhado com dúvida e tensão. E por mais que eu estivesse fugindo — e eu sabia que estava —, aquela fuga era meu único respiro. Um pedacinho de mundo onde o Ethan não existia. Ou, pelo menos, eu fingia que não existia.
Só que, mesmo cercada de tudo que me fazia bem, ele ainda aparecia. Na memória. No cheiro do meu travesseiro. Nos