Diana
Eu tava sentada no sofá da sala, jantando devagar, com a TV ligada em um programa qualquer. A comida esfriava e o som da televisão parecia distante. Minha cabeça tava longe. No Ethan, pra variar.
Hoje de manhã, eu entrei na sala dele depois de ouvir um barulho. A porta tava entreaberta e eu escutei algo se quebrando. Quando empurrei a porta, vi ele ali, com o rosto fechado, respirando pesado. Tinha um copo quebrado no chão e ele parecia no limite.
“Tá tudo bem?”, eu perguntei, quase sem ar. Ele olhou pra mim e tentou disfarçar. Disse que ia resolver. Que não tava muito bem, mas ia dar um jeito. Me abraçou e eu senti aquele aperto no peito. Ele tava quente demais, forte demais... e frio ao mesmo tempo. Como se estivesse me dizendo “vai dar certo”, mas ao mesmo tempo se preparando pra me manter longe.
E desde então... silêncio.
Ele não me mandou mensagem o dia todo. Nem um “chegou bem?”, nem um “boa noite”, nem uma figurinha besta no WhatsApp como ele sempre fazia. Isso não era no