O carro deslizava pela avenida iluminada, e a cidade parecia brilhar mais do que nunca naquela noite. Mas entre os bancos de couro, o silêncio pesava. Não era desconfortável, apenas denso. Cheio de pensamentos não ditos, de olhares trocados e respirações controladas.
Eveline olhava pela janela, mas seus olhos estavam em outro lugar. Marcus dirigia com uma mão no volante, a outra descansando distraída sobre a coxa dela. Um gesto simples, mas carregado de eletricidade. O toque era quente, possessivo, quase protetor.
— Você foi incrível hoje — disse ele, sem tirar os olhos da rua.
Ela virou o rosto lentamente, o olhar ainda enevoado.
— E você... parecia um rei. Ela não esperava por isso. Nenhum deles esperava.
Marcus sorriu de canto. — Mas você percebeu, não é? A aproximação deles. Os elogios forçados, as palavras doces demais...
— Eles têm um plano — respondeu Eveline, sem hesitar. — E eu vou descobrir qual é.
Ele assentiu, sério. Mas no momento seguinte, a mão dele apertou mais a coxa