POV do Calvin

Stevie me impressionava.

Não era uma admiração barulhenta, daquelas que saltavam aos olhos. Era mais silenciosa, mais profunda. Como observar uma tempestade se formando à distância, sabendo que ela ia deixar tudo transformado.

Ela estava sentada no chão da sala, de pernas cruzadas, com papéis e esboços espalhados ao seu redor, como uma espécie de halo caótico. Seu lápis voava sobre a página, sua testa franzida de concentração. Ela nem percebeu que eu estava encostado na porta, observando-a.

Essa era a Stevie que eu sempre soubera que existia — uma força da natureza, a artista que via o mundo de forma diferente e te puxava para a sua órbita sem o menor esforço.

Já tinham se passando semanas desde o susto. Semanas de repouso e dúvidas, de vê-la lutar contra si mesma tanto quanto contra as limitações que seu corpo lhe impôs. Mas agora, havia um fogo dentro dela de novo. Ainda pequeno, mas real.

Ela pegou um dos seus esboços, inclinou a cabeça e franziu a testa. Depois, o jog