(Ponto de Vista de Bill)A tensão na sala era sufocante, onde cada respiração parecia ser a última. Doris mantinha a vida de Serena pendurada por um fio, e qualquer movimento errado de qualquer um de nós poderia fazer tudo desmoronar em um caos. Minha mente girava em alta velocidade, buscando desesperadamente uma forma de desarmá-la e tirar Serena dali com vida. A cada segundo que passava, parecia uma eternidade.James, ao meu lado, com a arma apontada para Kevin, olhou para mim. Fez um gesto sutil com a cabeça, e eu soube que ele estava pensando o mesmo que eu: Precisávamos de uma distração, algo que me desse uma chance de tirar a arma de Doris.— Kevin, acabou. Não torne isso pior para você. — Disse James, com sua voz calma, mas firme. No segundo seguinte, ele deu um passo à frente, se aproximando de Kevin, que já estava fervendo de raiva.Os olhos de Kevin saltavam entre James e Doris, com seus punhos se cerrando e se abrindo, como se estivesse lutando para decidir se deveria lutar
(Ponto de Vista de Bill)Eu estava estendido no chão frio e duro, onde cada respiração enviava ondas agudas de dor pelo meu abdômen. O sangue estava pegajoso entre meus dedos, e cada batida do meu coração parecia estar me despedaçando por dentro. Tentei me levantar, mas o esforço foi demais. Minhas pernas falharam sob mim, e eu desabei de volta, com o mundo girando ao meu redor.Tudo o que eu conseguia pensar era em Serena. Serena e nosso bebê. "Meu Deus... Espero que eles estejam bem. Não sou um homem religioso, mas, se houver alguma divindade ouvindo, estou implorando: proteja-os. Por favor, deixe que saiam vivos daqui. Que fiquem bem. É tudo o que eu peço."Olhei para Doris e Kevin, ambos caídos no chão. No entanto, pelo canto do olho, percebi Kevin se movendo - ele se levantava devagar, gemendo de dor a cada movimento, até finalmente ficar de pé. Cambaleando, arrastou-se até Doris e, com esforço, ajudou-a a se levantar. Meu coração disparou. Eles ainda não tinham acabado.Tomei uma
(Ponto de Vista de Serena)As luzes do teto se fundiam em um borrão ofuscante enquanto eu era levada apressadamente pelos corredores do hospital, sacudida sobre a maca. Vozes murmuravam ao meu redor, mas soavam distantes. Eu me esforçava para compreender o que estava acontecendo, mas minha mente estava enevoada, com cada pensamento escorregando como areia entre os dedos. Tudo parecia irreal, como um sonho do qual eu não conseguia despertar.Piscava, tentando focar, mas nada fazia sentido. Sentia o metal frio da maca sob mim e o rangido ritmado das rodas, mas tudo parecia tão surreal... "Onde será que eu estava? Por que estava naquele lugar?"A lembrança me atingiu como um soco no estômago, arrancando meu fôlego. Doris. Kevin. O armazém. Tudo vinha em flashes desconexos, fragmentos que não se encaixavam. Eu me via amarrada, tomada pelo pavor... E depois, o vazio. Meu coração disparou numa corrida desgovernada enquanto eu tentava desesperadamente reconstruir os momentos seguintes. "Algué
(Ponto de Vista de Serena)O som constante dos aparelhos e o cheiro estéril de antisséptico preenchiam a sala, mas tudo o que eu conseguia focar era o peso esmagador no meu peito. Meus olhos se abriram devagar, e por um momento, não consegui entender onde estava. As luzes brilhantes acima de mim me cegavam, e tudo parecia intenso demais, real demais. Minha cabeça girava com a confusão, meu corpo estava pesado, e então... Então tudo voltou à tona.O armazém. Doris. Kevin.Tentei me sentar, mas uma dor aguda cortou meu abdômen, fazendo-me contorcer. O pânico me dominou enquanto eu olhava freneticamente ao redor da sala. Eu estava em um hospital, isso era claro, mas onde estava Bill? E onde estava meu bebê?Antes que eu pudesse dizer algo, notei Calvin sentado ao lado da minha cama. Seu rosto estava cansado, e seus olhos cheios de uma exaustão que eu nunca tinha visto nele antes. Ele me encarava, esperando, mas parecia estar a milhas de distância.— Calvin? — Minha voz estava fraca, mal m
(Ponto de Vista de Serena)Eu olhava em silêncio pela janela, observando o mundo seguir seu curso sem mim. O céu estava cinza, uma cor opaca que parecia refletir o vazio dentro de mim.A vida do lado de fora seguia, as pessoas passavam por seus dias, mas ali estava eu, presa nesse vácuo, incapaz de sentir qualquer coisa além de um entorpecimento sufocante.— Serena, por favor. — A voz suave, mas insistente, de Stevie me arrancou dos meus pensamentos. Ela estava sentada ao meu lado, segurando uma colher de sopa, com seus olhos cheios de preocupação. — Por favor, coma alguma coisa. Seu corpo precisa de energia.Olhei para a colher, mas o simples pensamento de comida fez meu estômago revirar.— Não estou com fome. — Murmurei, com minha voz vazia, como se não fosse minha.Stevie colocou a colher de lado e pegou minha mão, apertando-a suavemente. Seu toque era quente, mas era pouco para derreter o frio dentro de mim.— Você precisa cuidar de si mesma, Serena. Por favor.As palavras dela mal
(Ponto de Vista de Bill)A escuridão me envolvia, mas havia algo mais, algo além disso. Vozes. No início, distantes, como ecos vindos do fundo de um poço, mas estavam ali, ficando cada vez mais altas e nítidas. Eu não conseguia me mover, não conseguia falar, mas as ouvia claramente.— Os sinais vitais dele estão estáveis, mas não saberemos mais até que ele acorde. — A voz de uma mulher soou, calma, mas firme. Provavelmente uma enfermeira ou médica, alguém acostumado a dar esse tipo de notícia.Logo, ouvi outra voz - fina, mas familiar - era da minha mãe. Ela estava ao celular, com seu tom abafado, mas firme.— Nathan, você precisa manter isso em sigilo. A imprensa não pode saber disso. Bloqueie os jornalistas, e faça o que for preciso.Mesmo nesse estado, reconheci aquele tom. Não era apenas preocupação comigo - era sobre a imagem da família, a reputação que ela sempre fora tão obcecada.Parte de mim sentiu frustração, mas outra parte sabia que ela estava certa. A última coisa que eu p
(Ponto de Vista de Serena)A mansão de Taylor era ainda mais impressionante pessoalmente do que eu imaginava. Os portões imponentes se abriram suavemente, revelando uma propriedade vastíssima que mais parecia ter saído de um filme.A entrada estava ladeada por sebes meticulosamente aparadas, e as enormes portas da frente eram emolduradas por pilares grandiosos. Tudo ali era elegante, moderno e impecavelmente projetado - uma verdadeira casa de celebridade.Saí do táxi e respirei fundo, tentando me acalmar. O ar estava quente, carregado com o perfume das flores que brotavam dos jardins perfeitamente cuidados.Enquanto me aproximava da entrada, não pude evitar de me sentir deslocada. Aquela mansão, com seus pisos de mármore polido e janelas imponentes, era um mundo completamente diferente do caos e da dor em que eu estava mergulhada.Quando estava prestes a bater na porta, ela se abriu, e Taylor apareceu na varanda. Ela me viu instantaneamente, e seu rosto suavizou. Sem dizer uma palavra,
(Ponto de Vista de Bill)Apoiei-me na beirada da cama do hospital, sentindo a mão firme da enfermeira segurar meu braço enquanto ela me ajudava a me levantar.As pernas mal me sustentavam, trêmulas como gelatina, enquanto cada músculo gritava em dor. Me agarrei ao andador como se minha vida dependesse disso, tentando sufocar os tremores que ameaçavam me derrubar.— Devagar e com calma, Bill. — Disse a enfermeira, com sua voz suave e encorajadora. — Você está indo muito bem. Apenas dê um passo de cada vez.Assenti, concentrando-me nos pequenos passos à minha frente. O chão parecia distante, e meus pés se arrastavam a cada movimento.— Lembre-se de respirar. — Ela me lembrou. Respirei fundo, lutando para controlar os nervos e encontrar algum ritmo dentro desse novo - e estranho - normal.Cada passo parecia uma luta, mas eu não iria desistir.— Isso mesmo, Bill. Só continue movendo. — Disse a enfermeira.Dei um passo, depois outro. No início, minhas pernas pareciam feitas de chumbo - pesa