O operário de construção viu a enorme placa de vidro se espatifar no chão, quebrando-se em mil pedaços. Ele ficou com uma expressão confusa, estendendo a mão para Enzo:
— Você tem que pagar pelo vidro!
Enzo, sentindo uma mistura de dor e raiva, apontou para seus sapatos de couro, gritando:
— E você vai me pagar pelo meu sapato!
— Foi você que se jogou contra o vidro! Agora me pague pelo prejuízo! Eu preciso subir e instalar outra peça para o cliente. Por sua culpa, vou ter que cortar um novo vidro, que saco! — Rebateu o operário, indignado.
Enzo deu uma risada sarcástica, ignorando o homem, e mancou em direção ao carro. A dor em seu pé era insuportável, e seu rosto, que antes exibia traços rígidos e austeros, agora se contorcia em uma expressão de puro sofrimento.
O motorista, ao vê-lo, correu para abrir a porta do carro com um sorriso submisso:
— Sr. Enzo, por aqui.
Mas o operário não desistiu. Correu atrás de Enzo, segurando sua manga para impedi-lo de partir:
— Não vai sair sem paga