Jorge não parecia nem um pouco incomodado. Enquanto caminhava ao lado de Lucas, comentou:
— Acabei de comprar um quadro para o meu pai. Estamos assinando o contrato agora. Não se preocupe, ela já está de saída, não vai atrapalhar nossos negócios.
Lucas manteve sua expressão impassível e respondeu com um breve "hum".
Jorge continuou, entretido com seus próprios pensamentos:
— Aquela garota é impressionante. De longe, conseguiu identificar que o quadro era uma obra original de Vivic. Se eu tivesse esse olho, teria dado um jeito de arrematar a pintura. Teria economizado uma boa grana.
Lucas, ao ouvir isso, deu uma leve pausa em sua caminhada. Garota? Pintura? Ele começou a suspeitar de algo. Sem demonstrar muito interesse, perguntou:
— E quem é essa garota?
Jorge, sempre falante, respondeu animado:
— Ela é neta do José e discípula do Afonso, grandes mestres. Além disso, é uma beldade! Tem uma presença quase etérea, e é muito jovem, deve ter pouco mais de vinte anos.
Lucas teve a certeza.