O som melancólico do acordeão transformava-se em palavras:
A lua estava ofuscada, a noite ainda não terminara, e ao redor reinava uma solidão tranquila.
A luz fria e fraca na mesa iluminava minha companhia solitária.
Só quando Pedro Costa ficou completamente fora de vista, Lucas diminuiu o passo, respirando um pouco mais pesado, e perguntou:
— A perna ainda dói?
Camila, com os braços ao redor de seu pescoço, respondeu suavemente:
— Não dói mais, pode me colocar no chão agora.
— Já estamos quase lá, não vai fazer diferença esperar mais um pouco.
Camila, sem conseguir contrariá-lo, simplesmente desistiu da ideia.
Ela organizou seus pensamentos e explicou:
— Os documentos que a Vanessa pediu ainda não chegaram. Como eu não tinha o que fazer esta noite, dormi cedo. Acordei no meio da noite e não consegui mais dormir. Aí ouvi alguém tocando acordeão, e achei a música bonita. Então, resolvi dar uma olhada. Eu nem sabia que era o Pedro Costa, se soubesse, não teria saído.
Lu