Afonso queria aceitar Camila como discípula, pois ela tinha talento, paciência e uma dedicação rara à profissão. Imaginava que, com o tempo, ela se tornaria um nome respeitado na restauração de cerâmica. E, ao mencionar seu nome, todos saberiam que ela foi aprendiz dele, Afonso. Mas esses pensamentos eram secundários. O que realmente importava para ele era o fato de Camila se parecer muito com sua filha quando jovem, tanto na aparência quanto no jeito suave e sereno.
Camila voltou para o quarto.
A pintura já estava limpa, e o próximo passo seria reparar os rasgos na tela.
Como o material que Vanessa havia pedido ainda não chegara, Camila tinha uma noite tranquila.
Depois de jantar, ligou para Lucas e foi dormir cedo.
Por volta das nove, foi acordada novamente por aquele pesadelo de treze anos atrás.
Uma vez desperta, não conseguia mais dormir.
Ela se revirava na cama, a ponto de quase cavar um buraco no colchão.
De repente, um som de acordeão, suave como água, começou a invadir seu qua