Nicolo Moretti

Um homem alto, com tatuagens visíveis no pescoço, desce do carro. Ele tem um sorriso gentil, quase diplomático, e abre a porta do lado da calçada para alguém. Quando ele se vira, o reconheço imediatamente. É Marzio Sorrentino e sua esposa, Mia, e seus dois filhos, dois meninos.

Meu sangue esfria um grau. Eles não estão aqui por acaso. Os homens deles caminhavam em direção ao restaurante, um lugar discreto e de alta qualidade. Olho para Giuseppe, que já está avaliando a situação, e ele nega com a cabeça, seus olhos dizendo o que eu já sei.

— Estamos muito expostos… — murmuro, minha mente calculando riscos.

Mas então, vejo Marzio pegando a mão do filho, uma cena tão comum, tão… doméstica. Está claro que isso não é uma emboscada. Ele veio até com a sua família, então ele não está para me causar nenhum perigo.

Então decidi pelo encontro. Calculado, sim, mas não violento. Decido arriscar. A confiança é a moeda neste mundo.

— Giuseppe — digo, minha voz baixa e rápida. — Leve m