Acordei e vi Luke de pé sobre mim, e eu gritei. Me empurrei para trás, surpreendendo nós dois. Ele deixou cair o bisturi que tinha nas mãos, e a enfermeira, que a Deusa a perdoasse, derrubou a bandeja que carregava.
— Calma aí. — Luke ergueu um pouco mais as mãos. — Você tinha desmaiado de dor.
Eu me acomodei no leito. Vida errada. Minha mão foi ao meu ventre plano. Aqui não há filhote. Fechei os olhos e puxei algumas respirações profundas.
— Desculpa.
Balancei a cabeça para clarear a mente, mas a dor explodiu atrás dos olhos e eu engasguei a seco.
— Não precisa se desculpar. Você passou por muita coisa. — Ele se virou, pegou um bisturi novo e se aproximou do meu leito. A enfermeira voltou correndo com uma bandeja nova e a antiga ficou no chão.
— Você não precisa recolher aquilo?
A enfermeira assentiu.
— Eu pego depois. — Ela largou a bandeja na mesinha ao lado do leito.
— A gente tinha ótima capacidade de cura, mas, sendo lobo ou não, o médico real tinha nos ensinado a manter o campo