Darius Blood Moon
Estar de volta ali me dava a sensação de vestir uma pele antiga — pesada, apertada, que já não servia mais.
A casa da vila Blood Moon era exatamente como eu lembrava: fria, silenciosa, carregada do cheiro de ferro, pinho e obediência cega. Mas eu não era mais o guerreiro que atravessava aquelas portas com orgulho.
Eu era pai.
E isso mudava tudo.
O Alfa Malakai me recebeu como se nada tivesse acontecido, como se eu ainda fosse o cão de guerra que ele moldou a golpes. E, no fundo, eu sabia: ele nunca pretendia me deixar ir de verdade.
“Um último trabalho”, ele disse.
Eu deveria ter sabido.
Com ele, “último” nunca significa fim.
Significa prova.
E agora eu tinha sangue fresco nas mãos.
O cheiro ainda grudado em mim, incrustado sob as unhas, mesmo depois de lavar.
O mais difícil não era o sangue — eu já conhecia o peso dele.
O mais difícil era o motivo.
Ele queria que eu matasse uma família.
Inteira.
Mesmo as crianças.
Crianças pequenas.
Do tamanho dos meus caçulas.
Nove