Capítulo 08

༺ Rodrigo Garcez ༻

— Você já está velho o suficiente para se casar, Rodrigo! Como CEO respeitado, você precisa cumprir o acordo de casamento que eu fiz com a garota que escolhi para você. Ela vem de uma boa família, não são muito ricos, mas vivem em excelentes condições. — disse meu pai.

— Eu sempre disse que não quero me casar, pai! Ainda tenho muitas coisas para aproveitar na vida. Não quero esse casamento, então tente desfazer o acordo de alguma forma. — respondi, olhando seriamente para ele.

— Infelizmente, você tem que se casar com essa moça, ou nossa família cairá em desgraça. Como acha que criei esse império todo aqui? Se você não cumprir o acordo deles, eu morrerei e sua vida também será horrível e miserável! — retrucou meu pai, sério.

Alguns anos atrás, ele me disse que escolheu uma das filhas de um dos sócios de um grupo misterioso e afirmou que eu me casaria com ela. Claro que não aceitei de imediato. Estava inconformado com aquela situação em que ele me colocou.

— Eu não vou me casar com essa mulher! — falei, ainda relutante.

— Filho, você não tem escolha! Já conversei com o pai dela, e ele pretende te apresentar a ela para que o noivado seja marcado. Ou você me ajuda, Rodrigo, ou pode esquecer meu investimento na sua empresa, pois darei um jeito de tornar sua vida um verdadeiro inferno em dois tempos e te mostrarei que fecho sua empresa pequena. — disse ele, ameaçando.

Não podia perder o patrocínio do meu pai, não agora que tudo estava dando certo, mas odiava ele está me obrigando a aquela situação.

— O senhor me disse que eu precisaria ficar casado com ela por cinco anos, depois posso me divorciar, não é isso? — perguntei, tentando encontrar uma solução.

— Exatamente, filho! Sei que você não queria estar nessa situação, mas não tenho escolha. Você deve cumprir o contrato, e depois pode se separar — confessou meu pai, observando-me seriamente.

Eu apenas balancei a cabeça em concordância, tendo que tomar logo essa decisão.

— Tudo bem! Marque o jantar. Eu não tenho escolha, mas saiba que eu não vou perdoá-lo por ter me colocado nessa situação constrangedora. É ridículo ter que cumprir um contrato de casamento com uma desconhecida em pleno século 21.

— Você está tomando a decisão certa, filho. Às vezes, é preciso sacrificar-se pelo bem da família. Sei que você não queria se casar com uma desconhecida, mas quem sabe? Quando a conhecer, talvez mude de ideia.

Eu apenas concordei, peguei minha pasta de trabalho e me preparei para sair.

— Que seja! Mas acredito que não haverá amor recíproco da minha parte, pois não me prenderei a uma mulher que não conheço. — respondi, decidindo me retirar da casa do meu pai. Sabia que não ia gostar do que ele tinha para conversar comigo.

Assim que entrei no carro, dei um soco no volante de raiva. Não merecia ficar preso a uma desconhecida pelos próximos cinco anos, principalmente quando estava interessado em Zara, minha nova assistente.

Não acredito que terei que abrir mão dela por causa dessa mulher que meu pai resolveu me casar. Mas, afinal, a culpa não é dela. Quem sabe se ela queria isso também? Respirei fundo e decidi ir embora, ansioso para que esse contrato acabasse logo.

Na empresa, cumprimentei alguns funcionários e decidi focar no trabalho. Algumas horas depois, alguém bateu na porta e lá estava Zara, meu novo tormento. Ela me entregou um documento e disse, sorrindo docemente:

— Senhor, a documentação da filial de Londres chegou. Deixei tudo preparado para sua análise!

— Muito gentil da sua parte, Zara. Pode ligar para o meu sócio e dizer que temos uma reunião? Ele ainda não chegou e você já deve conhecer a fama dele. — solicitei.

— Sinceramente, senhor? Eu não ouvi falar nada. Não gosto de ficar comentando sobre a vida dos meus chefes, isso deixo para aquelas fofoqueiras lá fora… — respondeu Zara, de forma sarcástica.

Não pude deixar de rir com sua resposta espontânea e sincera. Me levantei para servir um café e ofereci a ela.

— Está servida de um cafezinho? Adoro um café quentinho — perguntei.

— Ah! Eu aceito, sim. Adoro café também. Acredito que seja um vício que adquiri ao longo dos anos — respondeu Zara, servindo-se.

Enquanto ela se servia, observei-a de cima a baixo. Ela era linda, mesmo com sua roupa formal e discreta. Tentei adivinhar seu corpo por debaixo do uniforme e percebi que ela notou meu olhar insistente.

— Algum problema, senhor? Por que está me olhando dessa maneira? Minha roupa está suja ou a maquiagem está mal feita? — perguntou visivelmente constrangida.

— Me desculpe, pelo meu jeito observador. Apenas percebi que você tem um estilo diferente das outras funcionárias! — respondi, tentando aliviar a situação.

Ela ficou sem graça, mas logo se recuperou.

— Me desculpe, por isso, senhor. Acabei não percebendo o jeito que as meninas se vestem. Porém também não gosto de usar roupas tão chamativas e vulgares.

— O que é isso, Zara? Só estou brincando! Quem sou eu para falar de moda? Só me visto bem porque tenho um assistente pessoal que cuida disso... — falei enquanto bebia meu café.

— Entendo, senhor! Mas acredito que as pessoas devem se vestir como se sentem bem. Cada um tem seu estilo, não é mesmo? — ela respondeu seriamente, enquanto bebericava seu café.

Concordei com ela, observando-a seriamente. Não sei por que estou tendo esse comportamento com minha nova assistente, mas não consigo evitar. Coloquei uma das minhas mãos na parede em que ela estava encostada e me aproximei. Zara ficou ainda mais vermelha e eu disse enquanto levava meu café à boca:

— Você sempre fica vermelha quando estou perto de você. Isso te deixa desconfortável?

— Oh, não sinto nada, senhor! Desculpe-me, é que acabo ficando sem graça com a maneira como você me olha. Fico até pensando besteira, mas é melhor deixar isso quieto. — Zara confessou, e eu soltei uma risada enquanto tocava seu queixo com uma de minhas mãos.

— Às vezes, é difícil acreditar que uma mulher bonita como você ainda esteja solteira, sabia? — digo tentando criar coragem para fazer o que queria.

Mas fui impedido quando meu sócio abriu a porta e entrou na sala, nos observando de maneira curiosa e maliciosa. Zara se afastou de mim e disse sem jeito:

— Bom, senhor, preciso ir! Obrigada por me ajudar com esse cisco no olho. Com licença.

Ela disse saindo apressada da minha sala. Meu sócio entrou logo em seguida, com uma expressão divertida e curiosa. Ele adorava me atrapalhar, e dessa vez não foi diferente.

— Eu não acredito que você está arrastando asas para a nova funcionária! É uma novidade você se interessar por alguém da empresa.

— Você é um mexeriqueiro! E sem noção também, como entra na minha sala assim sem bater? Me atrapalhou, droga! Estava tão perto de conseguir o que queria... — reclamei, enquanto ele ria e se sentava em uma das cadeiras.

— Acredito que oportunidade não vai faltar com a nova ninfeta da sua assistente! Mas precisamos resolver algumas questões relacionadas à nossa empresa. Deixe para paquerar ou namorar mais tarde.

Revirei os olhos, pensando em como poderia me vingar do meu sócio. Ele achava que podia me atrapalhar, mas já havia esquecido das vezes em que o peguei com as secretárias transando em cima da mesa. Porém, agora o importante era a minha nova assistente.

Zara era tímida e fofa, o que só aumentava o meu desejo por ela. Mas eu tinha uma mulher com quem estava comprometido a me casar, e não podia brincar com os sentimentos de Zara. Respirei fundo, lembrando do meu compromisso e me perguntando se conseguiria cumpri-lo.

— Enfim, vamos resolver essas questões da empresa. Depois eu penso na minha vida amorosa. — disse, tentando afastar Zara dos meus pensamentos.

Consegui me concentrar nas questões profissionais, mas não conseguia tirar a Zara da cabeça. Precisava ter cuidado para não fazer nada que pudesse prejudicar a empresa ou a minha reputação.

Fazia anos que não me interessava por outra mulher, até conhecer Zara esses dias. Desde a morte de Azumi, o grande amor da minha vida, não me envolvo com ninguém. Infelizmente, agora o amor é proibido para mim, o que me faz julgar que a vida é bastante injusta em alguns sentidos.

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