POV AURORA.
A música vibrou nas paredes, pesada, eletrônica, como se o som fosse capaz de entrar pelos meus ossos. As luzes estouravam em cores: vermelho, azul, roxo, e tudo parecia girar um pouco mais rápido do que eu podia acompanhar.
Eu não deveria estar ali.
Mas depois daquela noite — daquele abraço, daquele quase-beijo que me consumira até os sonhos — eu precisava respirar. Precisava esquecer.
Meus pés me levaram até o centro da cidade, onde todos diziam que haveria uma festa daquelas que duram até o amanhecer. Eu queria me perder na multidão, ser só mais um rosto no meio de tantos, longe da pressão sufocante da mansão, longe dele. É claro.
Eu estava cansada de ser sozinha, meu único amigo havia me deixado, e eu não tinha mais ninguém com quem contar. A vida me tirou não só meus pais, mas me deixou o medo de perder as pessoas que eu amava e por isso me tranquei para todo mundo que aparecia, menos para Valentin, e olha só? Ele foi embora.
Isso... Machucava tanto... Sentia tanta