Capítulo Quatro

 Raya olhou para o céu e a lua já estava aparecendo, quando supostamente diziam que a deusa Luna, estava olhando para seus favoriisto e os protegendo, então ela não era uma das favoritas da deusa? Teve certeza que não. 

 Quando aquele ancião disse sobre sua gravidez, tudo começou a fazer sentindo, as tonturas que estava tendo por esses dias, e os vomitos que lhe assolavam toda hora. Então era por estar carregando um bêbe, e todos os seus sentimentos de fuga, se intensificaram para então proteger aquela criança que se formava em seu ventre. E o pior, os homens não estavam se afastando.

   — Deixem-na em paz, ou a deusa irá os almaldiçoar com suas quedas para o inferno — O ancião ainda insistia para os homens parassem. 

 — Saia daqui velho ou você estará também envolvido — Um dos homens disse, e então olhou para Ravi. — É seu esse bêbe? 

 — Não! Não é dele, me deixem empaz p-por favor — Raya levantou em um frenessi, tanto que sua cabeça girou — Prometo que vou pagar, mas me deixem em paz. 

 — Queremos hoje! 

 Um deles falou, a raiva brilahava em seu rosto, ele ergueu seu braço mais um vez para bater no rosto de Raya, mas ele parou ao sentir um braço firme ao redor de seu pulso, e então olhou. O homem sorria, mas seu sorriso não chegava aos seus olhos, que o flamejavam como um fogueira. 

 — Se eu fosse você não faria isso — O homem disse e após, lançou o homem como se ele fosse um pedaço de papel ao vento. — Raya, sim? 

 — Quem é você? Saia daqui estamos resolvendo négocios — Um dos homens disse com estranheza em seu olhar.

  Ravi sabia quem ele era. 

  — É melhor irmos. 

  — Ah não, não vão sair daqui sem antes que me ouçam — O homem disse e logo após completou — Raya, ela agora pertence a mim, ela — Ele apontou para a mulher em pé com o rodto assustado. — Ela é minha prometida, e o bêbe que carrega é MEU! Esse bêbe é meu, de Risgar. 

 — Então pague o que ela me deve. 

 Um dos cobradores disse, e o desconhecido o olhou. 

 — Eu não devo nada a eles, Ravi que deve. Eu me separei a pouco tempo. 

 Raya, tinha um plano, e precisava que os homens estivessem ocupados enquanto ela o executava, iria fugir. 

 — Como podem fazer isso senhores, com uma mulher grávida? — Risgar ergueu sua sobracelha. — Vou ensinar a vocês como se faz. 

E no minuto seguinte, risgar já estava com garras afiadas em sua mãos, ele era um lobisomem, Raya pensou. Quem sabe até o rei deles, pois a força dele era descumunal. Ele agarrou o homem pela garganta e assim conseguiu o lançar fora de seu caminho com facilidade, e Ravi alcançou um pedaço de maddeira para se defender, ele conseguiu quebrar a madeira nas costas de Risgar, que cambaleou. 

  — Saia daqui, Raya, proteja seu bêbe não o deixe saber do pai — Ravi gritou, e Raya o ouviu por um última vez. — Lembre-se de mim. 

 Raya queria ficar e explicar a Risgar o que sentiu naqueles dias em que ele não veio, mas alguma coisa primitiva o pedia pra correr, e ao lembrar de seu bêbe não teve outra escolha a não ser obedecer aquele desejo, o homem não iria o fazer como objeto, assim como Ravi.

A mulher saiu disparada para sua casa, alcançou algumas coisas suas. Alguns vestidos e alguma fruta em sua cesta, e não pegou nenhum agasalho, não tinha tempo para pensar em muitas coisas. Ela olhou uma última vez, para Risgar, os músculos marcados na camisa branca, enquanto batia nos homens que vieram lhe cobrar. 

  Eles mereceram. 

 Mas por um momento, viu Ravi ensaguentaddo, e sentiu pena, por mais que não fosse ajudar ao homem, mas queria que ele sobrevivesse, pois sentia que ele podia mudar sua visão de mundo, e suas ações. 

 Mas logo saiu correndo, e não olhou para trás. Não esperou para que a palavra de Risgar se cumprisse, Ela era dele, seu bêbe também. Mas não queria ficar para apreciar o que seria dali em diante, ainda em sua cabeça pairava a lembrança da informação que Ravi lhe deu. 

 Ele era o assassino de seus pais. Assassino. 

 Quando Risgar, parou de socar aqueles homens que não respiravam, estavam mortos. A aldeia inteira estava em silêncio, e o que se ouvia era a respiração ofegante de Ravi. Sua perna estava quebrada, ele gemeu quando viu a pele aberta, e osso para fora, lembrou de ver Risgar a pisar num momento qualquer. 

 — Você nunca mais irá vê-la — Ravi debochou, iria morrer mesmo, — E assim se encerra sua história, Senhor. 

 — É o que acha, ser miserável? Diga para onde ela foi e penso em lhe deixar em uma situação melhor — Risgar se agachou em frente ao outro. Ele ficou em silencio. — Não vai dizer? 

 — Nunca irei dizer, me mate, faça logo o que quer fazer.

 Ravi suspirou e sentiu dor. Mas Risgar, apenas sorriu. 

 — Não irá morrer, coisa desprezivel. Não enquanto eu não encontrar Raya, então irá sofrer até lá — O homem disse e então trincou os dentes — Diga, será melhor pra você!

 Mas Ravi não sabia, e seu destino estava traçado. Sofreria.

 Já Raya, corria pela floresta. Corria como se o amanhã não existisse, corria como se fosse sua única opção, e realmente era. Não deixaria ninguém tocar em seu bêbe, nem o próprio pai, nem Ravi, apenas ela. A floresta começou a ficar mais densa, com ela o som de muitas águas. Percebeu que alguém a perceguia, e não estava andando. Cprria, como ela. 

 E quando Raya olhou para trás viu Risgar, correndo em uma velocidade absurda. E quando voltou sua atenção para frente, um penhasco se formou, uma grande queda de água, uma cachoeira. E a mulher caiu, seus gritos foram desesperadores, enquanto caía naquele imenso rio de uma correnteza absurda. E viu seu futuro se findar. 

  Risgar, parou com força sua correria ou então cairia junto naquele penhasco. Se sentiu um covarde, mas não podia viver em uma aventura dessa forma, não poderia jogar sua vida naquela cachoeira, em busca daquela mulher que fugiu em vez de ouvir o que ele tinha a dizer. 

 E então viu mais nada do rastro da moça.

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