Dario, disfarçado, chegou ao prédio de Helena. Passou pela portaria e, para manter seu drama, tocou o interfone.
Gregory via o trabalhador, em um macacão. No logotipo bordado dizia "Martinez Construções. Carlos. Manutenção." Ele abriu a porta. Dario via o homem, de seu porte, um pouco mais velho, de olhos verdes ameaçadores, o encarar. O latino fingia seu sotaque.
— Carlos. Da manutenção. - Ele disse, com o inglês carregado do espanhol.
— Entre e espere. - Gregory ordenou. - Querida, você pediu manutenção da casa? - Dario ouviu, enciumado, o tratamento carinhoso dispensado por aquele cara que voltou algum tempo depois. - Não houve solicitação, mas já que está aqui, vamos lá. Qual a ordem de serviço? - Dario se via encurralado.
— Encanamentos, eletricidade e gás. - O mexicano dizia, superficialmente.
— Certo. Poderia, por favor, colocar a casa operacional? - Gregory disse, sem suspeitar do homem.
Dario fazia o necessário para a casa se tornar, novamente, um lugar vivo. Gregory