Dentro do quarto, a luz oscilava entre claro e escuro. Eles eram amantes do passado, mas agora, era uma relação ambígua envolta em incertezas.
Passado algum tempo, o pomo-de-Adão do homem se moveu discretamente, e ele ouviu a mulher murmurar:
— Vá embora! Obrigada por tudo nesses dias.
— Eu não vou embora. — O homem ignorou o tapa no rosto, se virou e abriu a porta, ainda com calma e ternura na voz. — Vamos, te levo até o andar de cima.
— Eduardo.
— O tapa eu tomo como um capricho. — A voz dele saiu contida. — Se quiser, pode bater de novo.
Yasmin não conteve a irritação, xingando:
— Doente!
Eduardo segurou o pulso dela, o olhar fixo e intenso, cheio de sentimentos difíceis de decifrar. Ele se lembrou dos bons momentos, das brigas, e daquela noite em que, diante da janela panorâmica, os dois se entregaram um ao outro, os dedos entrelaçados com força. Foi ele quem errou, por isso aceitava a raiva dela sem reclamar.
A voz de Eduardo era rouca:
— Sim, sou doente! Se eu não fosse, não teri