A porta de vidro se abriu, trazendo consigo um leve toque de umidade. Lá fora, já tinha começado a chover. A água da chuva cobria o céu e a terra com uma névoa tênue. Através da grande janela envidraçada, se via gotas de orvalho penduradas nas folhas recém-brotadas das bananeiras, caindo uma a uma, como lágrimas de uma amante. Nessas gotículas se refletiam três silhuetas humanas.
O pequeno ruído atraiu a atenção dos que jantavam. Eduardo ergueu os olhos e viu Yasmin com o rosto pálido, talvez por ter visto a mensagem que ele lhe enviou. A voz do homem soou grave:
— Sente-se, vamos jantar juntos.
Yasmin não queria comer com ele, nem por um segundo conseguia suportar a sua presença. Ela se aproximou de Jéssica, acariciou a cabeça da menina e falou com doçura:
— Eu vou te levar até o carro, a tia Dalila está lá. Espere um pouquinho no carro, está bem? A mamãe vai conversar um pouquinho com o papai e já vai.
Jéssica assentiu obedientemente:
— Ok!
Eduardo não se opôs. Antes de sair, Jéssica