Helena baixou os olhos, observando aquele homem humilhado. Se ela já não tivesse sofrido tanto com ele, talvez agora estivesse mesmo comovida.
Bruno, o homem inalcançável da Cidade D, que mulher não queria tê-lo só para si?
Mas ela já estava ferida demais. Bruno era como arsênico envolto em mel: bonito por fora, mas venenoso por dentro. Helena agora tinha medo dele, não ousava provar de novo.
Ela murmurou:
— A vida toda é longa demais, quem pode garantir algo? Bruno, vá embora, não volte mais.
Helena puxou a mão de volta e entrou na casa, desaparecendo na escuridão da noite. A única coisa visível era um cantinho verde de sua camisola se afastando.
Bruno continuou ajoelhado ali...
O trovão ressoava ao longe, a chuva caía sobre Bruno como mil flechas cravando em seu corpo.
Helena subiu ao segundo andar e viu Fabrício bloqueando o corredor. Os olhos dele estavam fixos nela. Helena desviou, dizendo:
— Está fazendo o quê acordado a essa hora? Está achando que te passei trabalho de menos?
O