Lorenzo Ricci
O vento suave do mar tocava nossos rostos enquanto eu vestia o roupão e entregava o outro para Camila. Ela o pegou em silêncio, mas seus olhos diziam tanto. Ajudei-a a vestir-se e, em seguida, peguei a bandeja com o vinho e os morangos mergulhados em fondue de chocolate. A varanda iluminada pela luz suave da lua criava um cenário perfeito, ou pelo menos deveria ser.
Enchi duas taças de vinho e estendi uma para ela. Camila sorriu de leve, mas balançou a cabeça.
— Não estou bebendo nada com álcool no momento — disse, sua voz baixa, quase um sussurro.
— Mas você sempre gostou de vinho. Está tudo bem? — perguntei, sem esconder minha preocupação.
Ela desviou o olhar para o mar.
— Eu só não quero beber, Lorenzo. Amanhã tem o aniversário do Ares, e quero estar bem pela manhã, sem dores de cabeça ou ressaca.
Havia algo por trás dessas palavras. Uma tensão sutil, um segredo talvez. Mas eu decidi não pressioná-la. Parte de mim temia que eu já não reconhecesse minha pr