Camila Duarte
O telefone tocou e o som estridente ecoou pelo quarto silencioso. Atendi rapidamente, sem imaginar o que estava por vir.
— Camila? — a voz de Ester tremia do outro lado da linha. — Aconteceu algo... A Aurora caiu da escada. Estamos no hospital. Eu sinto muito, mas preciso que venham até aqui.
O chão pareceu sumir sob meus pés. O ar ficou pesado, e o pânico tomou conta de mim.
— O quê? Como assim? — minha voz falhou. — Aurora... no hospital?
Lorenzo apareceu no quarto, alarmado pela expressão devastada em meu rosto.
— O que aconteceu? — perguntou, aproximando-se.
— É a Aurora... ela caiu da escada. Está no hospital — murmurei, com as mãos trêmulas.
Lorenzo não hesitou. Correu e vestiu-se às pressas e me ajudou a fazer o mesmo. Em poucos minutos, estávamos no carro. Apesar do desespero evidente, eu assumi o volante.
— Camila, eu posso dirigir — sugeriu Lorenzo, mas neguei com a cabeça.
— Eu preciso, você bebeu e... preciso fazer algo. Não posso ficar parada —