Dimitri Carter Eu fiquei ali, parado em frente ao hotel, olhando para a porta por onde Isabella tinha desaparecido. O eco dos saltos dela ainda estava martelando na minha cabeça ou talvez fosse o som do meu próprio orgulho se estilhaçando. A noite estava gelada, mas eu me sentia quente, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Ótimo. Um beijo. Um maldito beijo e eu estava assim. Entrei de volta no carro e bati a porta com mais força do que o necessário. Minhas mãos apertavam o volante como se fossem capazes de esganar alguém. A Isabella, talvez. Ou, mais provavelmente, a mim mesmo. Eu não conseguia pensar direito. Tudo o que vinha à mente era a sensação dos lábios dela: rápidos, mas incrivelmente macios. Por que ela fez isso? A resposta era óbvia, Isabella queria me testar. Ela queria ver até onde conseguia me empurrar, como se eu fosse um brinquedo novo que ela estava determinada a desmontar só para descobrir como funcionava. Mas eu não era um brinque
Isabella Duarte Ricci Eu nunca vi um homem tão bravo por ter sido beijado. Dimitri parecia prestes a explodir depois do que aconteceu no carro ontem à noite. Se a expressão dele fosse uma cor, seria um vermelho tão intenso que até uma placa de pare no trânsito, pareceria pálida ao lado dele. Mas quem mandou ele ser tão Dimitri?Arrogante. Misterioso. E deliciosamente complicado. Beijá-lo não foi um impulso, foi uma estratégia. Eu queria ver até onde ele conseguiria manter essa fachada de homem inabalável. E, pelo visto, não era muito longe. Quando ele apareceu no lobby do hotel, sério como se estivesse prestes a me demitir da minha própria vida, eu soube que tinha conseguido o que queria. Ele estava fora de controle. E, pelo brilho sombrio nos olhos dele, eu sabia que o próximo passo seria ainda mais divertido. — Não haverá mais jantares — ele disse, como se estivesse anunciando o fim do mundo. Pobre Dimitri. Ele realmente achava que estava no comando. Ele cruzou
Isabella Duarte Ricci O gosto dos lábios de Dimitri ainda estava em minha boca quando meu celular vibrou no criado-mudo. Eu ignorei no primeiro toque, ainda tentando recuperar o fôlego depois do que aconteceu, mas a insistência do toque me fez pegá-lo. — Isabella, é a mamãe. — A voz de minha mãe soou aflita do outro lado da linha. Eu me sentei na cama imediatamente, meu coração acelerando. Dimitri, que ainda estava de pé perto da cama, me observou. — O que aconteceu? — perguntei, sentindo um pressentimento ruim se espalhar pelo meu peito. — O Jason saiu com a Aurora. Estou preocupada. Minha mente disparou. —Ele disse para onde foi com ela? — Não disse. Eu tentei ligar, mas ele não atende. Isabella, algo não parece certo. Eu já estava de pé, pegando minha chave do carro. — Vou ligar para ele agora e descobrir onde eles estão. Dimitri se aproximou, os olhos estreitos. — O que está acontecendo? — Eu preciso resolver algo. Não saia deste quarto, eu volto logo. Ele cr
Derick Carter Eu estava prestes a entrar no elevador quando vi Isabella cambaleando no corredor do hotel. Seu vestido preto estava ligeiramente amassado, os saltos pareciam instáveis sob seus pés, e seus olhos estavam desfocados. Ela quase caiu ao meu lado, e eu a segurei antes que seu corpo atingisse o chão. — Isabella, está tudo bem? Ela levantou os olhos para mim, piscando como se tentasse me reconhecer. — Me me ajuda… — disse com a voz arrastada. O cheiro de álcool era evidente. Ela não estava apenas tonta; estava completamente fora de si. — O que você fez? — perguntei, segurando-a firme para que não caísse. Ela tentou se afastar, mas tropeçou novamente, me fazendo segurá-la pela cintura. Foi quando percebi que ela segurava uma chave de um dos quartos. — Vou te levar até o seu quarto! Precisa descansar. Ela murmurou algo ininteligível, encostando o rosto no meu ombro. — Você é cheiroso… Tem um sabor tão doce… — Sua voz estava pastosa, como se estive
Dimitri Carter O gosto do vinho ainda queimava na minha garganta. A garrafa estava vazia sobre a mesa, e a cabeça pesava como se meu próprio corpo estivesse afundando em um nevoeiro denso. Eu havia esperado tempo demais. Horas, para ser exato. Isabella não voltou ao quarto. Levantei-me do sofá, senti um leve desequilíbrio ao caminhar, saí do quarto e fui até o elevador. Os corredores do hotel estavam silenciosos, com apenas algumas luzes de emergência iluminando o carpete escuro. Apertei o botão e encostei-me na parede, sentindo a frustração crescer. Ela me deixou esperando. O elevador chegou ao térreo, e eu me dirigi até a recepção, determinado a chamar um táxi. Mas, antes que eu pudesse pedir, um dos funcionários se aproximou com um olhar hesitante. — Senhor Dimitri? Aconteceu algo? A senhorita Isabella o encontrou? Minhas sobrancelhas franziram. — Não. Ela não voltou ao quarto. Vou para casa. O homem piscou, confuso. — Mas… senhor, ela foi para o quarto ao lado do
Isabella Duarte Ricci O som dos meus saltos ecoava pelo corredor do hotel enquanto eu caminhava com passos rápidos e decididos. Meus dedos apertavam o cartão magnético, e minha mente estava fervendo com pensamentos caóticos. Quando parei diante da porta 269, minha respiração estava descompassada. Passei o cartão e empurrei a porta, já me preparando para encontrar minha irmã. Mas o que vi não foi o que esperava. Dimitri estava ali, sem camisa, deitado na cama, dormindo profundamente. A luz amarelada do abajur desenhava as sombras definidas de seus músculos. E ao lado dele, minha irmã, Aurora. O sangue sumiu do meu rosto.Fiquei pálida! Não. Isso não pode estar acontecendo. Ela estava ali,deitada,de calcinha, coberta apenas pelo lençol. Senti um nó na garganta, e meu coração martelava no peito. Meu corpo congelou por alguns segundos,mas então a fúria explodiu dentro de mim. Saí do quarto e peguei o celular. — Luara, venha para o quarto 269 agora, no hotel. Ela não
Aurora Duarte Ricci Minha cabeça latejava como se um martelo estivesse batendo dentro do meu crânio. A boca seca e o gosto amargo na língua me fizeram soltar um gemido baixo enquanto me remexia no colchão. Pisquei algumas vezes, tentando me situar no ambiente. O teto branco. O abajur com luz amarelada. O ar-condicionado fazendo um leve zumbido. Esse não era meu quarto. A confusão me atingiu em cheio, e eu me sentei rapidamente, o coração disparando no peito. Foi então que vi Luara, deitada no sofá próximo à cama, mexendo no celular. Ela estava tão distraída que nem percebeu que eu havia acordado. — Luara? — Minha voz saiu rouca, e minha garganta arranhou ao falar. Ela ergueu os olhos para mim e sorriu de leve. — Finalmente, bela adormecida resolveu acordar. Como está se sentindo? Passei a mão no rosto, massageando a minha testa. — Minha cabeça está explodindo. Onde estamos? O que aconteceu? Luara se sentou e cruzou as pernas sobre o sofá. — Estamos no ho
Isabella Duarte RicciAurora me abraçou e eu senti um peso enorme, ela não sabia o que havia acontecido na noite anterior, enquanto eu sabia mais do que eu queria, ou desejava.—Feliz aniversário Aurora—disse e logo olhei para minha mãe.Jason poderia se considerar um homem morto, eu não sabia até que ponto ele estava envolvido nisso, e por qual motivo, mas só pelo fato de ter deixado a minha irmã ficar bêbada e também naquele mesmo hotel, algo me dizia que ele tinha feito tudo com a certeza do que queria, mas eu não era pura e não tinha inocência, o que fez ele ser idiota o suficiente para achar que eu não o culparia, mas eu cuidaria dele no dia seguinte, hoje eu não estava desejando sequer vê-lo na minha frente.A minha mãe me conhecia só com o olhar, ela então veio até mim e sabia que eu precisava conversar com ela. O silêncio do corredor me envolvia enquanto caminhava ao lado da minha mãe. A cada passo, meu coração batia mais forte, como se soubesse que aquela conversa definiria