Aurora Duarte Ricci
Minha cabeça latejava como se um martelo estivesse batendo dentro do meu crânio. A boca seca e o gosto amargo na língua me fizeram soltar um gemido baixo enquanto me remexia no colchão. Pisquei algumas vezes, tentando me situar no ambiente.
O teto branco. O abajur com luz amarelada. O ar-condicionado fazendo um leve zumbido.
Esse não era meu quarto.
A confusão me atingiu em cheio, e eu me sentei rapidamente, o coração disparando no peito. Foi então que vi Luara, deitada no sofá próximo à cama, mexendo no celular. Ela estava tão distraída que nem percebeu que eu havia acordado.
— Luara? — Minha voz saiu rouca, e minha garganta arranhou ao falar.
Ela ergueu os olhos para mim e sorriu de leve.
— Finalmente, bela adormecida resolveu acordar. Como está se sentindo?
Passei a mão no rosto, massageando a minha testa.
— Minha cabeça está explodindo. Onde estamos? O que aconteceu?
Luara se sentou e cruzou as pernas sobre o sofá.
— Estamos no ho