Eu sorri e disse:
— Estou pensando em levar isso para Cidade A amanhã. Vou dar de presente para o António, é da nossa própria fazenda, tem um significado especial, você entende, né?
— Eles, coitados, não tiveram nem um filho. Se o filho deles estivesse vivo, estaria com a mesma idade que o nosso... — lembrei-me da expressão de António, e uma inquietação tomou conta de mim. Murmurei. — Será que a dona Moura está bem de saúde?
Daniel assentiu com a cabeça:
— Então leve. Leve também uma cesta para o Marcelo. Amanhã te levo ao aeroporto.
Para ser sincera, fiquei aliviada. Daniel nunca contrariava minhas vontades.
Sem que percebêssemos, o céu já havia escurecido. Se não fosse pela falta de visibilidade, provavelmente continuaríamos no pomar, aproveitando o momento.
Daniel deu uma ordem:
— Pronto, Ivana, Jenny, chega por hoje. Se não voltarmos logo, sua avó vai vir nos procurar aqui no pomar!
Meu pai pediu a alguns funcionários que colhessem algumas jacas grandes e as levassem para dentro da