Ultimamente, meus momentos de lucidez tornaram-se cada vez mais curtos; na maior parte do tempo, eu adormecia confusa, aninhada nos braços da mamãe.
Quando, por acaso, eu acordava, via Clyde agindo como um louco, conversando com o ar.
Logo depois, ele chorava, depois ria.
Os vizinhos do lado pensavam que ele havia enlouquecido de verdade e, assustados, ligaram para a polícia várias vezes.
No sétimo dia em que se escondeu em casa,
Kelly apareceu.
Ela olhou para Clyde e disse, com voz frágil:
— Estes dias liguei para você, mas você não atendeu. Você esteve em casa todo esse tempo?
Clyde não lhe respondeu, apenas continuou em silêncio com o que estava fazendo.
Kelly correu até ele e o abraçou.
— Clyde, o que você quer afinal? Você já se reconciliou com a Vanessa? Mas você me prometeu que ficaria comigo até eu me recuperar.
Clyde a afastou.
— Eu e ela jamais poderíamos reatar.
Kelly ficou atônita.
— Então, por que você está aqui? O médico disse que eu preciso do transplante de medula o mai