O silêncio que se seguiu à oferta de Isabella era uma coisa viva. A pequena caixa de madeira, aberta entre eles, era um portal para o passado, para a honra de um homem morto e para a alma de uma mulher viva. Pedro olhava para a peça de xadrez desgastada, o rei de carvalho, e via muito mais do que madeira e chumbo. Via os seis anos de sacrifício silencioso dela. Via a dívida que ela carregara. Via a força que a mantivera de pé. Via a confiança que ela, naquele momento, estava a depositar inteiramente nele.
A mão dele, que tremia ligeiramente, estendeu-se e tocou o seu rosto. O seu polegar traçou a linha da sua bochecha, um toque reverente. O olhar nos seus olhos era de um espanto tão profundo, de uma emoção tão crua, que fez Isabella prender a respiração.
— Isabella... — a voz dele era um sussurro, quebrada pela emoção. — Eu não posso.
O coração dela afundou. Rejeição.
— Não é porque eu não o queira — apressou-se ele a dizer, vendo o medo nos olhos dela. — É porque... — ele lutou c