Enquanto Pedro travava uma guerra silenciosa consigo mesmo, Isabella chegava ao seu novo reino. O táxi a deixou em frente ao arranha-céus de vidro, e cada passo que dava para dentro era um passo para uma realidade diferente. Ela desembrulhou as suas compras com uma espécie de reverência silenciosa. O queijo artesanal, as frutas frescas, as velas perfumadas – eram pequenos atos de normalidade, de vida, a serem plantados naquele palácio estéril e belo. Eram a sua bandeira a ser fincada num território que ele lhe dera, mas que ela agora reivindicava.
Por último, com o coração a bater um pouco mais forte, ela desembrulhou a caixa da loja de antiguidades. O tabuleiro de xadrez de mármore era ainda mais bonito sob a luz suave da penthouse. Frio, pesado, antigo. Ela passou os dedos pelas peças de metal, sentindo o peso do rei de ferro escuro e a elegância da rainha de aço polido. Com uma precisão deliberada, ela não o colocou num canto, como uma mera decoração. Colocou-o no centro da vasta