A sirene da escola toca para sinalizar o final do intervalo
entre aulas, Marcelo e Marcos ainda permaneciam no pátio,
próximo à escadaria de acesso às salas, de olhos nas garotas,
ambos amigos inseparáveis, eram sempre os últimos a entrar,
não faltavam nem uma aula, mas o objetivo principal não era
estudar, e sim ver as belas garotas.
Marcelo, loiro, estatura mediana, mais conhecida como
Garguinho. Sempre foi bom aluno, apesar de dar mais atenção
para as garotas.
Marcos, que será tratado como Marquinho, pois assim era
conhecido, muito inteligente e criativo, por isso, embarcavam
em aventuras, muitas que infelizmente aqui não serão narradas.
Franzino passa pelos dois, cumprimenta-os e logo cruza com
Nanda, o amor da sua vida, que, nesse dia, prometera se encontrar
ao final da aula para conversarem sobre um possível namoro.
Os quatros eram da turma do 3ºB, classe muito unida, poisA sala possuía 40 alunos, 25 deles conseguiram manter um
bom relacionamento, pois compareciam em churrascos, lan-
chonetes, bares, restaurantes etc. quando era marcado.
Os mais chegados eram Carlão, baixista de uma banda e
o melhor aluno da sala, Nanda, a segunda melhor. Fabíola, a
mais festeira, mesmo na condição que estava, pois se casou aos
15 anos, e isso não a impedia de contagiar e animar as festas,
mas com o respeito de uma mulher bem casada.
Franzino, seu nome verdadeiro não será revelado. Rodrigo,
Flavia, sua irmã gêmea, Fabiana, Garguinho, Marquinho, Bal-
bino, Jonas, Márcia, Luciana, Jaciara, Janaina, Everaldo, Harlei,
Diogo e Sergio. Esses se falavam todo o tempo em que estavam
juntos para fazerem trabalhos, estudos, pesquisas e organizar
teatros na escola. Tempo bom, grandes pessoas...
Era 22h11 quando acabou a aula, pois o professor deu um
trabalho para fazerem em dupla. Como Franzino e Harlei ha-
viam terminado, saíram da sala com o professor.
Harlei tirava suas dúvidas sobre a verdadeira história da
morte de Getúlio Vargas. Enquanto isso, Franzino desceu e
sentou-se no banco de madeira no pátio para esperar Nanda,
que havia prometido conversar sobre a situação que viviam.
Na verdade, o cara acompanhava a garota para casa desde
que estavam no 1ºB, sua residência era algumas quadras mais
perto, mas sempre sentiu satisfação em acompanhá-la, afinal,
Nanda era seu primeiro amor, apesar de nunca tê-la beijado.
Ela tomou conhecimento dos sentimentos de Franzino há um
ano e estava querendo saber quais eram os seus. estudaram juntos por seis anos, em uma época em que o go-
verno decidiu manter os alunos numa mesma sala. Assim foi
6ºB, 7ªB, 8ªB, 1ºB, 2ºB e, por fim, 3ºB.
A sala possuía 40 alunos, 25 deles conseguiram manter um
bom relacionamento, pois compareciam em churrascos, lan-chonetes, bares, restaurantes etc. quando era marcado.Os mais chegados eram Carlão, baixista de uma banda e o melhor aluno da sala, Nanda, a segunda melhor. Fabíola, a mais festeira, mesmo na condição que estava, pois se casou aos 15 anos, e isso não a impedia de contagiar e animar as festas, mas com o respeito de uma mulher bem casada.Franzino, seu nome verdadeiro não será revelado. Rodrigo, Flavia, sua irmã gêmea, Fabiana, Garguinho, Marquinho, Bal-bino, Jonas, Márcia, Luciana, Jaciara, Janaina, Everaldo, Harlei, Diogo e Sergio. Esses se falavam todo o tempo em que estavam juntos para fazerem trabalhos, estudos, pesquisas e organizar teatros na escola. Tempo bom, grandes pessoas...Era 22h11 quando acabou a aula, pois o professor deu um trabalho para fazerem em dupla. Como Franzino e Harlei ha-viam terminado, saíram da sala com o professor.Harlei tirava suas dúvidas sobre a verdadeira história da morte de Getúlio Vargas. Enquanto isso, Franzino desceu e sentou-se no banco de madeira no pátio para esperar Nanda, que havia prometido conversar sobre a situação que viviam.Na verdade, o cara acompanhava a garota para casa desde que estavam no 1ºB, sua residência era algumas quadras mais perto, mas sempre sentiu satisfação em acompanhá-la, afinal, Nanda era seu primeiro amor, apesar de nunca tê-la beijado. Ela tomou conhecimento dos sentimentos de Franzino há um ano e estava querendo saber quais eram os seus.Para Nanda, Franzino era como um irmão, por essa razão teve
dúvidas, mas por ter certeza de seus sentimentos, o cara esperou o
ano todo pela resposta de seu amor, que para ele era puro.
Ali, sentado no banco, aguardava ansiosamente a resposta
da garota, que, ao acabar a prova, desceu e sentou ao seu lado,
deu seu belo sorriso, estendeu a mão, lhe entregou um papel
dobrado e lhe disse:
— Toma, só lê guando chegar na sua casa. Hoje eu preci-
so ir com a minha irmã, mas conversamos segunda-feira. Leia
com atenção.
Retribuindo o sorriso, pegou o papel, era sexta-feira, dois dias
sem se verem. O cara odiava final de semana, pois adorava sim-
plesmente olhar para Nanda. Então fez como ela disse, guardou
o bilhete no caderno, levantaram, abraçou-a forte e saiu na dire-
ção do portão, pois queria chegar logo e ler o bilhetinho.
Nanda sempre entregava recadinhos para ele, escritos:
Estou te mandando um tapa na testa! Bom amigo! Estou te
mandando um alô. Estou te mandando um bilhete. Estou te
mandando um sinal de fumaça. Tenho você como irmão, que
bom que chegou, achei que não viria... Estava com saudades.
E muitos outros papéis como esses, que eram guardados com
muito carinho.
Agora era diferente. Aquele carregava a resposta tão espe-
rada, talvez ela estivesse sem coragem de dizer pessoalmente
e não saber como reagiria depois do sim, pois Franzino tinha
medo do beijo nos lábios carnudos da morena, temia que, de-
vido a tanta emoção, ele desmaiasse ou algo parecido. Ele tinha
experiência em beijar outras garotas, mas Nanda era diferente,ela era seu primeiro amor. Ele descobriu o que é sentir as mãos
suarem frio, o coração acelerar, ouvir as palavras que saíam de
sua boca como seda, sem defeitos, perfeita como a vida deve
ser pra quem está amando.
Nanda estudava na cidade vizinha, quando perdeu sua mãe,
seu pai, buscando o melhor para sua filha, pois não havia mais
quem a buscasse na escola, a transferiu para mais perto. Por iro-
nia do destino, ela começa a assistir à aula na 6ªC, classe dois
corredores acima. Franzino não a viu na escola naquela semana.
Para Nanda estava complicado, pois sua vizinha, a Fabío-
la, com quem poderia ir embora, estudava em outra sala e, às
vezes, saía mais cedo e atrapalhava ter que esperar pela amiga.
O caso foi parar na direção da escola, pois Nanda precisava
mudar para melhorar as coisas, enquanto conversavam com a
coordenadora, durante o intervalo de aula, um aluno da 6B
entra, cumprimentando a companheira de sala, e diz, olhando
para a coordenadora:
— Preciso mudar para a classe da minha irmã, pois fica
mais fácil para irmos para casa juntos.
— Em que classe sua irmã estuda? — pergunta Fabíola, já
imaginando a resposta, confiando na sua fé.
— Sexta série C.
Após sorrir, Fabiana olha para a coordenadora e pergunta:
— Pode fazer essa troca?
A coordenadora olha para os papéis, depois para elas, e faz
a troca ali mesmo.
Na segunda-feira, com a troca já feita, Nanda entra e se sen-
ta na primeira carteira. Distraído, Franzino não a viu sentar,quando olha para a frente, vê uma garota diferente sentada a
três carteiras a sua frente, mas ainda não pode ver quem era.
Era aula de matemática, a professora, bem didática, explica-
va com muita propriedade a matéria e todos estavam atentos.
Nesse tempo, Marquinho faz um comentário em tom de
brincadeira, em seguida, algo engraçado vindo da professora,
faz todos riem, e Nanda olha para trás para ver quem havia fa-
lado. Foi nesse momento que seus olhos se encontraram com
os de Franzino, foi lindo, mágico e fantástico.
O adolescente nunca tinha visto um ser tão maravilhoso,
parecia como nos filmes em que tudo fica em câmera lenta,
mas era real, bem real. A garota estava ali, tinha cabelos lisos,
olhos castanho-escuros, dentes grandes, bem branquinhos, lá-
bios carnudos.
Ela percebeu que os dois se encaravam, então se virou rapi-
damente, mas, disfarçando o momento. Para ela também era
tudo novo, só conhecia a Fabíola ali, por isso estava tímida e
jamais seria capaz de encarar um moço.
Claro que com o tempo tornaram se grandes amigos, senta-
vam todas as aulas em dupla. Isso para ele era como um sonho.
A alegria de chegar primeiro para vê-la entrar pela porta, de-
pois caminhar dentro da sala, vir a sua direção e sentar de seu
lado por vontade própria. Todos acreditavam que eles ficavam,
mas isso nunca acontecia, uma vez que, para Franzino, ela era
como uma bonequinha a ser protegida e jamais ele a “desres-
peitaria” dessa forma. Com Nanda tinha que ser algo sério.
O tempo passou e as coisas continuaram da mesma forma.
A alegria de estar junto, e depois a agonia do termino da aula.A alegria de levá-la para casa e a tristeza de deixá-la, o desejo
dos dias úteis, e a dor dos fins de semanas e feriados. O único
consolo é que a turminha sempre se encontrava, mas parecia
pouco aos seus olhos.
Um dia, Nanda pergunta para Franzino, sem se dar conta
de onde ia se meter, sem pensar nas consequências de seus atos,
talvez querendo resolver seu problema amoroso ou até mesmo
para ter seu ego acariciado. De qualquer forma, ela pergunta:
— Você gosta de alguém que eu conheça? Pois gostaria de
te ajudar.
Nunca faça uma pergunta retórica a uma pessoa sincera se
você não está realmente preparado para ouvir a resposta. Pois
Nanda não estava.
Franzino pensa um pouco e responde esperançoso.
— Estou muito apaixonado por você, acho que vivo por você.
A garota ficou sem reação enquanto ele falava, mas, depois,
conversaram muito sobre o assunto.
Essa conversa durou muito tempo. Nanda então pôde es-
clarecer seus medos, estava muito confusa, e não poderia ser
diferente, uma vez que lhe contava segredos que não contava
nem às suas melhores amigas, compartilhava coisas íntimas
que só contaria a sua mãe, mas não podia fazer, pois já não
estava mais no mundo dos vivos.
O que era Franzino para ela? Sinceramente não sei, mas era
algo que realmente gostaria de saber.