— São nossos problemas, são nossos.— Eu o encarei pelo espelho vendo que ele parecia aparentemente surpreso.— A partir do momento que aceitei você eu aceitei todos os riscos, eu não quero fazer parte de momentos de sua vida, eu quero compartilhar tudo, não posso deixar que resolva tudo sozinho ou se preocupe sozinho.— Passei as mãos por seu braço passando a vira-lo em minha direção.— Eu amo você e quero estar do seu lado, não estou dizendo que não confio, mas que me importo tanto a ponto de não suportar vê-lo carregar tanto peso sozinho, eu não que...— Fui interrompida rapidamente.Lúcio calou-me com um beijo inesperado, foi completamente brusco, mas maravilhoso. Não podia negar isso. Ele segurou meu corpo completamente necessitado, era como se ele precisasse daquilo. Quando o beijo acabou eu permaneci o encarando por minutos demorado, era um momento mágico sempre que aquilo acontecia.Deslizei os dedos por seu rosto enquanto ele fazia o mesmo. Seus olhos foram muito rápidos, ele perc
— Lúcio? Já dormiu?— Levantei levemente a cabeça, ele abriu os olhos intensamente preto e aquilo poderia ser assustador se fosse outra pessoa.— Seus olhos são hipnotizantes.— Comentei de forma aleatória vendo que ele sorriu.— Isso tudo é insônia?— Ele perguntou ao se mexer sobre a cama ficando frente a frente comigo.— Estou sendo sincera, seu olhar ele poderia ser assustador se fosse outra pessoa, mas como é você acaba sendo hipnotizante.Lúcio sorriu formando as covinhas na região perto da boca.— Você está apaixonada é isso?— Ele sorriu, senti sua mão rodear minha cintura rapidamente e logo em seguida um beijo sobre a testa.— Mas isso é claro como água.— Respondi ao tocar seu rosto novamente.— Já que estamos sem sono preciso te contar uma coisa.— Ele disse enquanto manteve os olhos fixos aos meus novamente.— O Lawrence vai ficar na casa por um tempo.— Ele concluiu.— Que? Sério?— Questionei confusa.Mas ao pensar um pouco no assunto percebi que fazia muito sentido, afinal o que
— As coisas estão complicadas Samira, e não posso envolver você no meio disso tudo, não você estando nesse estado.— Ele gesticulou direção ao meu corpo usando meu estado como desculpa.— Eu entendo sua preocupação, não estou dizendo que não, só preciso que me fale pelo menos o mínimo. Por favor me entenda, eu não cresci nisso aqui, eu venho de um lugar onde eu tinha que lutar todos os dias pra sobrevivência, não consigo ficar de braços cruzados esperando que você resolva tudo.— Eu segurei sua mão entrelaçando nossos dedos.— Somos um casal, vamos ter um filho e temos mais dois, como vou poder te ajudar se você sempre se esquiva disso? Não somos diferentes não percebe? Você quer fazer tudo sozinho por mim e eu quero fazer o mesmo por você. Você poderia me entender um pouco.Lúcio passou os braços ao meu redor me mantendo a sua frente. Ele me encarou e permaneceu daquela forma por bastante tempo. Ficamos calados, vi Lúcio deslizar os dedos por meu rosto de forma tranquilizadora.— Está t
— Ordens do senhor Lúcio.— Teodoro respondeu rapidamente como se quisesse mostrar que não era decisão dele.— Desculpe-me, mas não seguirei essa ordem. Aqui é uma escola rodeada de pessoas, é muito mais seguro lá dentro.— O respondi o deixando para trás logo em seguida. Teodoro ainda quis contestar, mas as palavras que ele me direcionou foi como entrar por um ouvido e sair pelo outro.Eu estava agindo como uma completa adolescente e eu sabia disso muito bem, era difícil entender porque estava tão estressada daquela forma. Talvez fosse a gravidez, ela consegue abalar qualquer emocional. Diferente das antigas escolas que o Caleb frequentara aquela os pais eram direcionado a uma sala de espera onde os filhos eram levados para lá separadamente para não causar bagunça, inclusive achei uma excelente ideia, pois os professores conseguiam ter controle e cuidado de para quem entregava as crianças. Enquanto permanecia na sala levemente fria devido o ar-condicionado percebi que alguns pais já e
Contorci meu corpo aproximando de uma das paredes do ambiente escuro. Meu estado era preocupante, meu corpo estava coberto de suor e quanto mais pensava que estava acabando, as dores voltavam com bastante intensidade. Eu me arrependia tanto de não ouvir os pedidos de Lúcio, eu sei que ele me odiaria por saber que coloquei sua filha em perigo. Anne estava encolhida no canto junto a Caleb, ambos estavam quietos mas muito amedrontados. Eu me mantive de pé enquanto caminhava pelo local na tentativa de reduzir a dor tão forte que sentia.Era forte de mais para ficar sentada, eu não conseguia ficar quieta sentindo dores daquela forma. Passei forçar as pernas enquanto suspirava pelo ambiente. Aproximei-me das crianças passando a acariciar os cabelos dos dois.— Vai ficar tudo bem, a gente vai sair daqui.— Tentei tranquiliza-los, mas nem eu mesma acreditava totalmente nas minhas palavras.Perdi a noção do tempo, era difícil saber que horas já eram do dia, ou da noite. O ambiente muito escuro
— Você não está ouvindo?— Carlos questionou.— Se você fizer algo com eles eu mato você Carlos, nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.Mesmo sentindo que estava prestes a apagar, ouvir a voz dele foi tranquilizador. Não consegui raciocinar, senti o impacto do meu corpo contra o chão e em instantes eu apaguei totalmente.///Despertei ao ouvir um barulho muito alto, as crianças gritavam e aquilo me deixou assustada. Ao sentar e me apoiar contra a parede percebi que minhas roupas estavam manchadas, e se o bebê tivesse morrido? Meu coração deu um salto, ele estava acelerado, passei as mãos sobre a barriga me sentindo desesperada ao pensar naquilo. Mais um barulho contra a porta, sentindo a barriga extremamente pesada chamei as crianças.— Caleb, Anne, venham aqui.— Minha voz soou tão baixa que achei que eles não escutariam. Os abracei rapidamente mantendo ambos entre os meus braços.— O que está acontecendo?— Questionei ao ouvir um outro barulho contra a porta.— O papai está
O despertador tocou. Era hora de levantar. Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar
Embora Marie estivesse todos os dias na casa da avó na parte da tarde, ele pouco vinha busca-la, a não ser seu motorista, Teodoro. Talvez fosse azar de Cecília. Ela tinha outro filho, o Carlos. Esse que não era visto, mesmo. Ele era afamosa "ovelha negra" da casa dos ricos e renomados Martins. Carlos vivia aos luxos, em viagens exuberantes e lugares luxuosos. Pobre Cecília. Já a vi ter discussões sérias com Carlos pelo telefone. Carlos superara Lúcio, com toda certeza. Após deixar a mesa pronta para o café da manhã, esperei que dona Cecília viesse tomar café, mas não a encontrei. Alguns minutos mais tarde, ouvi à voz de Cecília vindo do lado da lavanderia. Ela estava conversando com Jorge sobre uma lista de compras a serem feitas no Supermercado do Messias. Ele tinha um supermercado no condomínio o qual dona Cecília morava. Senti-me um pouco tonta. Estava faminta, mas eu tinha que me acostumar àquilo. Voltei à cozinha para beber uma xícara de café. Encontrando Cecília, fiz isso o m