Levantei os olhos repentinamente, e os encontrei com um par de orbes negras e nebulosas. Olhei para Bruno e dei-lhe um sorriso cheio de sarcasmo.
Arranquei a roupa do meu corpo, desafiadora, e o olhei fixamente.
— Além de ameaçar mulheres, o que mais você sabe fazer, Bruno? Eu já tenho trinta anos, acha mesmo que essas coisas ainda podem me intimidar?
Passei três anos no exterior, e lá em uma festa, homens e mulheres, um segundo antes, estavam brindando com entusiasmo, e no instante seguinte já se beijavam apaixonadamente, dirigindo-se a um canto isolado.
— Homens como você, com essa aparência, tem aos montes no setor de serviços. São mais jovens, conseguem me proporcionar mais valor emocional, mas você não é totalmente inútil... E, se for de graça, ainda consigo aceitar.
Estendi a mão e agarrei o homem. O corpo de Bruno estremeceu, e logo ele me encarou com um semblante marcado pela raiva e pela contenção.
Sua voz soava rouca quando ele falou.
— Ana, foi você quem quis isso!
Ele incli