Olhei por um bom tempo para a farda estendida sobre o sofá. Ela tinha chegado no dia anterior e a Sula tinha passado a ferro com cuidado.
Eram apenas 07:00 da manhã e minha apresentação na polícia estava marcada para as 09:00. Daria tempo, mas eu estava nervoso.
Eu tinha conversado muito com a Sula sobre minha decisão de voltar e ela, mesmo com medo de me ver trabalhando como policial, ficou do meu lado.
— Não queria você nessa vida, é muito perigoso.
Estávamos arrumando o apartamento. Alguns móveis tinham chegado e a gente estava naquela de colocar tudo no lugar do nosso jeito.
Puxei-a pela mão e sentamos no sofá novo.
— Eu sei meu bebê, que é uma vida cheia de risco, mas é o que eu sei fazer.
Ela tinha me abraçado com força.
— Então tudo bem, mas eu vou morrer de preocupação todos os dias.
— Você acostuma, tudo vai dar certo.
Agora não tinha mais volta.
Vesti a roupa lentamente, saboreando a sensação de me senti de novo na polícia.
Aquilo não foi meu sonho de infância, na verdade eu